✠°•°CAP |18|°•°✠

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Ao perceber o que realmente estava acontecendo, Hiroshi respirou fundo.

— Não. - falou se afastando dele e o encarando irritado. Apenas Izuku e seu pai poderiam lhe tocar assim, não deixaria nenhum outro alfa ter tamanha intimidade.

Com toda a sua força de vontade, Hitoshi se virou e continuou a andar para se afastar daqueles feromônios fortes.

— Que ômega interessante. - comentou o alfa indo atrás do menor e o agarrando pelo ombro. — Espere um pouco.

Hitoshi tentou correr, mas foi derrubado no chão. Segurou a caixa com firmeza para proteger os filhotes. Os feromônios do alfa estavam ainda mais fortes.

— Pare já com isso, seu alfa nojento. - pediu trêmulo. Era doloroso resistir ao comando de um alfa.

— Eu não quero. - respondeu dando uma tapa forte na bochecha de Hito.

Com lágrimas nos olhos, o ômega tentou levantar. O alfa agarrou Hitoshi pelo rosto e o olhava com atenção.

— Me larga. - falou tentando se desvencilhar daquele aperto.

A gata que antes olhava tudo de longe, se aproximou e arranhou o rosto do alfa com vontade. Rosnando irritado, ele se afastou tentando se livrar da gata. Hitoshi levantou com dificuldade e tentou correr.

— Animal desgraçado! - vociferou o homem.

Hitoshi parou ao ouvir a gatinha miando dolorida e olhou para trás. Ele havia jogando a coitada na parede. Ela tentou levantar e correr, mas não teve tempo. Horrorizado, Hitoshi viu o alfa pisar na gata. Ele rosnava xingando enquanto esmagava a pisadas a cabeça da pobrezinha.

— Não. - falou com a voz embargada. Não ouvia mais miados, apenas o som horrível do crânio sendo esmagado.

Estava em choque com aquela cena. Era a primeira vez que presenciava tanta violência e maldade contra um ser indefeso. Amava tanto os animais, ver aquilo foi muito mais doloroso do que apanhar, não sentiu tanta dor nem mesmo quando teve o pulso machucado por um desconhecido. Aquilo era desumano e hediondo. Fechou os olhos com força arrasado pelo animal. Podia ver a cena mesmo com os olhos bem fechados e não aguentava mais.

— A culpa foi sua. - acusou o alfa se aproximando. 

Hitoshi abriu os olhos outra vez e foi invadido pela ira. Aquele alfa maldito merecia sofrer e faria isso. Agora o ômega estava cego de raiva e já não se importava, seu olhar era frio. Foi então que Hitoshi simplesmente ficou cego e tomado pela ira como nunca antes, liberou seus feromônios apenas com a intenção de machucar aquele alfa o máximo possível.

O ômega tinha problemas com seus feromônios, isso não era novidade. Ele era filho de dois alfas e gerado dentro de uma ômega que foi barriga de aluguel. Graças a sua condição especial para ser gerado, Hitoshi nasceu com feromônios defeituosos, a maior parte do tempo era um ômega completo. Mas quando se irritava, os feromônios alfas se misturavam com os ômegas e ficavam extremamente perigosos. E estava tão furioso que não se conteve.

— O que está fazendo? - perguntou o alfa assustado ao sentir a clara ameaça.

Parou onde estava e encarou Hitoshi. E foi com prazer que o ômega observou o alfa gritar de dor com as mãos sobre a cabeça. Ele se ajoelhou cerrando os dentes e ficando vermelho. O único efeito dos feromônios de Hitoshi era dor de cabeça. Pois os sentidos alfas detectavam os feromônios ômegas e deixavam ele entrar, tardiamente notavam os feromônios alfas ameaçadores que acabavam fazendo um estrago. Causavam uma grande dor de cabeça pela confusão do organismo querendo repelir feromônios que não podiam. A dor de cabeça era insuportável.

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