Um presente especial

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Parte 06/Fim



- Firat, não faz sentido algum Sila ser exatamente igual a Seher fisicamente, e não ter nenhum grau de parentesco... tem certeza de que não são irmãs, gêmeas que foram separadas, eu não sei....qualquer coisa que explique essa semelhança?

- Tudo que precisa saber você já sabe Yaman, basta aceitar... Sila e Seher não são irmãs.

Yaman não entendia, como podia tamanha semelhança sem a menor explicação, precisava se acalmar, foi andar pelo jardim, parecia que iria afundar na grama de tanto que andava em círculos que não o levava a lugar algum.

Tanta coisa lhe passava agora pela cabeça, Yaman pensava em mil motivos e nenhum fazia sentido, será que era possível algo assim tão surreal.

Foi a procura de Sila, ela estava trabalhando sem se dar conta do tormento que o atingia.
Mas percebeu que ele estava nervoso somente pelo som de seus passos que eram  pesados.

- O que foi?

- Você! foi você.

- Eu?

- Eu não sei...não entendo como pode ser tão parecida com ela.

- Você me acha parecida com ela porque não me olha de verdade, abra seus olhos e me veja como sou.

Sila arrumava alguns papéis, falava tão calmamente.

- Como pode ficar tão calma, sabendo que existia outra pessoa que era a sua cara.

- O que eu devo fazer? Me diz?

- Nada...você não tem culpa de nada.

Yaman saiu em disparada, não podia jogar aquilo tudo em cima dela.

Avistou Yusuf sentado debaixo da árvore, andou rápido até lá, mais ele como sempre fazia o ignorava, não o olhava nem mesmo para brigar.

- Yusuf...chega!! Não podemos continuar assim, precisamos reagir, eu, você...precisamos nos olhar novamente.

O olhar de Yusuf era inerte, tão longe, tão incerto, suspirou de um jeito pesado,  levantou-se, e se afastou sob os olhos frustrados de Yaman.

Com as mãos puxando os cabelos, Yaman caiu de joelhos na grama, de seus olhos vertiam uma amargurada lágrima, estava tão casando de sofrer, não queria morrer, não queria viver, era como estar no limbo, no purgatório de seus pecados, subiu desesperado até seu quarto, não sabia o que ia fazer somente pressentia que lá estava sua vida e sua morte, era onde morria, e sobrevivia...será que então abriria a cortina? Ou a deixaria fechada pra sempre?
Algo em seu peito queimava, uma voz o chamava pra sair das sombras, era definitivo, era o seu juízo final.

Sentiu-se enlouquecer de novo, e de novo, a luz estava tão perto e tão longe ao mesmo tempo, sentou-se desolado no sofá, foi desperto por vozes, vozes que lhe eram familiar, vozes que oscilavam, o clamavam em dor, em esperança, achou que estava enlouquecendo, olhou para os lados e estava sozinho, mais continua ouvindo vozes lhe chamando.

Levantou-se atordoado, andou em passos lentos pelo quarto, os sussurros vinham do espelho, era...era estranhamente insano mais de forma calma sentiu-se ser guiado por alguma força invisível.

- Volte, volte pra sua vida, você precisa lutar, lutar por você, por mim, por nós...

Olhou para o espelho e não via nada além de um homem derrotado, porque estava ouvido aquelas vozes vindo de lá, se irritou, gritou, tapou os próprios ouvidos.

- Aaaaaaaaaa

Sentiu um vento fresco soprar em seu rosto, abriu os olhos devagar e quase não pode acreditar, levou a mão devagar e ao tocar naquele espelho sentiu um choque de realidade, ou seria de insanidade, não podia distinguir tamanha incredulidade do que via.

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⏰ Última atualização: Dec 03, 2022 ⏰

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