- Bom dia meu lírio - ouço papai me acordar.
Somos só eu e ele á muito tempo vivendo sozinhos, e posso dizer que somos muito felizes apesar dos muitos problemas que temos.
Papi se endividou bastante para pagar um tratamento de saúde que eu precisei fazer quando cheguei á minha adolescência. Tínhamos uma condição financeira razoável, éramos ricos, sim, mas em vista dos outros integrantes da organização somos considerados mediamos com relação ao cargo e a fortuna de papai, já que os fortes integrantes eram bilionários.
A doença chegou de forma tão cruel em nossa casa, e praticamente nos tirou todos os bens. Nossa fortuna se dissolveu em instantes.
Apenas uma dose do medicamento chegava a custar de sete a doze milhões. Perdemos tudo, inclusive o nome de papai não era mais respeitado e bem visto no meio da organização.
Vivíamos a míngua durante alguns anos após os gastos com o tratamento. Papai devia muita gente, perdemos a proteçã'o da máfia e também não tínhamos como manter os nossos seguranças particulares, e nessa época mais crítica chegamos a nos refugiar na casa de um dos anciãos que era muito querido por papai. Praticamente não tínhamos nem o que comer direito.
Papi sempre dizia que o que importava era a minha cura. E que eu não podia me preocupar com valores que ele sempre daria um jeito de obter esse medicamento.
E ele fez realmente como me prometeu. A minha cura veio através desse medicamento. Cada dia vivido tem sido um milagre, os médicos sempre dizem. E eu não ter ficado com nenhuma seqüela dessa maldita doença também era motivo de comemoração.
- lindo dia papi - digo sorrindo carinhosamente.
- precisamos conversar após o café. Se arrume e desça para tomar seu café.
- algo errado?
- não diria errado, mas pode ser que não goste muito do que terá que fazer - assenti e não falei mais nada, me levantei para fazer a minha higiene matinal.
Saio do banheiro e meu pai não está mais em meu quarto. Mil coisas se passavam na minha cabeça. Dificilmente papi me chamava para uma conversa assim, e claro, o conhecendo do jeito que o conhecia, eu sabia que poderia ser algo grave.
Troco de roupa e desço para o meu desjejum matinal.
- bom dia senhorita Bonsall.
- bom dia - respondo.
- o senhor Marconi e o senhor seu pai a aguardam no escritório assim que a senhorita terminar o seu café.
Eu estava colocando um pedaço de fruta na boca e nessa hora a fruta desceu amarga e pesada pela minha garganta. Não consegui comer mais nada.
Segui para o escritório. Dou um toque na porta que já estava entre-aberta e ela termina de abrir me revelando aos dois homens que me aguardam para uma conversa.
- entre senhorita Bonsall - o senhor Marconi fala.
- com licença - falo timidamente.
- sente-se.
Vejo papi com semblante estranho e isso me preocupa ainda mais.
- vamos direto ao ponto.
- sim - digo com a voz embargada.
- não gosto de rodeios - papi ainda está calado.
- o que está acontecendo? - questiono.
- a senhorita sabe das condições que você e o seu pai se encontram - balanço a cabeça que sim. Por mais que papi tente esconder, eu sei o que está acontecendo - temos uma solução - ele diz um pouco receoso, mas não abaixa a postura.
Por que ele não diz logo.
- qual seria? - nem sei porque perguntei, eu já sabia a resposta. É claro que eu já sabia.
- uma união senhorita Bonsall. Faremos uma união.
Não sei por que não estou surpresa com isso.
- já tem algum tempo que eu tento proteger vocês dos cobradores. Eu tentei de todas as formas não chegar a essa solução, mas vocês não tem outra escolha.
- entendo - mentira, nessa hora eu não entendo mais nada.
- a senhorita tem noção do que pode acontecer se vocês forem pegas pelos seus credores? A crueldade que farão com vocês, principalmente com a você Sophia?
Estava cabisbaixa e levantei o rosto para respondê-lo.
- sim, eu sei - eu já tinha pesquisado sobre esse assunto e creio que não queria jamais cair nas mãos deles.
- as coisas estão fugindo do meu controle, eu não sei até quando poderei proteger vocês. Em uma de nossas reuniões eu pude convencer os anciãos a fazerem um acordo com a máfia que controla os portos do canal de Suez. Eles não queriam que fosse a senhorita a ser concedida como esposa para o senhor Ayad - então esse é o seu sobrenome - Alguns anciãos foram contra e queriam que esse acordo fosse feito com alguma família do alto escalão da nossa máfia - o senhor Marconi respira fundo - mas eu os convenci do contrário, com alguns argumentos que não importam agora, e os disse que seria vantajoso financeiramente não só para vocês, mas também para a organização.
A verdade era que eu seria uma moeda de troca. Mas enfim. Esse dia chegaria.
- meu lírio - papi me chama desviando a minha atenção.
Ele chega perto de mim e me abraça forte. Sinto lágrimas suas enfim descerem por meu ombro e acabo chorando também.
- você pode dizer não - papi diz assim que nos afastamos do abraço.
- Miguel - a voz do senhor Marconi é de advertência nesse momento.
O senhor Marconi e o meu pai tem uma amizade tão grande que se chamam pelo primeiro nome.
- podemos fugir para bem longe meu lírio do campo.
- não podemos papi.
Eu sei que a máfia reviraria o Mundo atrás de nós e nos acharia em qualquer buraco que tentássemos nos esconder.
- eu não quero aceitar nada disso, mas é uma questão de sobrevivência. Nossa vida está em risco e a vida do senhor Marconi e de sua família também.
- não quero colocar esse peso sobre você.
- esse peso também é meu papi. Pode concluir o acordo senhor Marconi - concluo, saio sem me despedir dos dois e vou direto para o meu quarto.******
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Um Homem as Sombras do Passado
Любовные романыspin-off do livro 1 Um Desconhecido Mudou a Minha Vida *** EM BREVE SERA RETIRADO PERMANECENDO SOMENTE NO APP DA DREAME****** SUGIRO QUE LEIAM, VOTEM E COMENTEM enquanto leem, para eu não retirar sem terminarem de ler. Votando ou comentando, sabere...