Cap. 4 - Sophia

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Passaram-se alguns dias perturbadores para mim e meu papi...


Chegou o dia da minha união. Não pude escolher nem o vestido e o penteado que usaria, até a cor do meu batom foi escolhida por eles.

Também fiquei sabendo que teria festa e fotos. Confesso que essa parte eu não esquentei muito.
Estão terminando de me arrumar para o meu casamento.


Alguém bate na porta e entra em seguida. Pensei ser o meu noivo, mas graças a Deus era o papi.


- você esta linda minha filha, vou tirar uma foto aqui mesmo no telefone – mesmo com toda essa situação do casamento, hoje  eu e meu papi podemos respirar um pouco mais aliviados quanto aos nosso credores. As ameaças de morte foram extintas após tudo ser quitado.


Tudo foi pago com esse acordo de união e ainda sobrou uma boa quantia para o papi seguir com a sua vida como antes.


Fico me perguntando quem seria esse homem que eu me uniria. O quão importante e poderoso ele seria e o pior, me pergunto como sobre a sua personalidade, se é um homem que mostrará crueldade e fará ruindades comigo.


- Sophia – ouço papi me chamar – sorria.


Dou um sorriso tímido, e ele tira algumas fotos minhas ainda sentada de frente para a penteadeira.


- eu o vi – ele diz meio sem jeito.


- e... – falo meio sem jeito. Não queria saber nada dele agora, mas não posso adiar isso para sempre, ate porque à hora chegou.


- ele parece um homem maduro.


- velho? – me assusto.


- quarenta, eu diria no máximo.
Coloco as mãos na boca em choque.


- não se assuste minha filha. Ainda podemos fugir.


- papi, por favor, o senhor ... – respiro e olho para baixo.


- sim, Sophia, eu sei. Vamos descer?


Minhas pernas estão bambas e a minha barriga quer colocar ate a água que bebi para fora. Uma náusea se forma em meu corpo e parece que vou desmaiar. Respira Sophia, você consegue.


Consigo avistá-lo no altar. Ele é bonito e imponente. Seu corpo está ereto e vejo que ele está serio olhando para o outro lado. Ele nem me olha indo na direção dele. A musica que toca é bonita e suave, e claro que eu também não pude escolher o repertorio da cerimônia.


Me aproximo dele e solto as mãos de papi nessa hora, mas não recebo nem o olhar e nem o toque dele em minhas mãos. Nossa... ele não quer me olhar e nem me tocar. Concluo meus pensamentos. Talvez seja melhor assim.


Nos viramos para fazermos os votos e ele continua sem me olhar. Seu toque é suave e ao mesmo tempo seguro e pesado em minhas mãos para assim colocar a aliança. Também o toquei um pouco trêmula para concluir essa parte.


Chegou a hora do beijo e nessa hora ele me olha. Até que enfim ele me olha, ele toca a minha testa com os seus lábios. Graças a Deus ele não me beijou na boca.


Não pude nem me despedir do papi. Os seguranças do senhor Ayad me conduziram ao carro que me levou direto para o avião.


A minha bagagem já estava a bordo junto as minhas coisas pessoais. Eu não tinha muito a levar. Eram somente algumas roupas, sapatos e algumas fotos pessoais. 


- senhora Ayad – uma mulher me chama. Da onde saiu esse senhora Ayad?


- sim.


- fique a vontade para trocar de roupa se desejar – ela diz.


- obrigada – agradeço.


- deseja comer algo?


- por enquanto não – meu estômago ainda está revirando.


Troco de roupa e sou conduzida a uma das poltronas. Me ajeito e o vejo entrando a bordo com outro homem ao lado, não parece ser um soldado, diria que poder ser seu conselheiro.


Ele se aproxima e parece ainda maior.


Notei que ele continua com a mesma roupa da cerimônia. Mas não consegui passar os meus olhos na sua face, não consegui encará-lo.


Não sei o que me espera, um medo e uma insegurança me consomem nessa hora. Não sei nem para onde ele está me levando. Engulo a minha saliva e viro meu rosto para o lado oposto. Penso em papi, e sei que meu consolo é saber que ele está bem.


Ele sentou um pouco distante, atrás da minha poltrona, eu não podia mais vê-lo, mas pode ouvi-lo pedindo um whiskey. Sua voz era bonita.


Adormeço e sou acordada pela comissária me orientando a ir para a cama para me sentir mais confortável. A palavra cama me aterrorizou nessa hora. Mas eu levantei e me deixei ser guiada por ela quando ela disse que o senhor meu marido mandou. Se tem uma coisa que todos sabem na máfia é que as mulheres são sempre submissas aos seus maridos. Nossa... eu tenho um marido. Reviro os olhos.


Avisto ele sentado na poltrona ao fundo no corredor e os nossos olhos se encontram sem querer. Desvio rapidamente meu olhar com vergonha. Meu corpo estremece mais ainda. Aonde eu fui me meter? Me questiono.


- senhora Ayad – ela me chama novamente, preciso me acostumar com esse sobrenome – fique a vontade. Pode me chamar para o que desejar. Ela fala e sai.


A cama era de casal e muito confortável, ficava mais ao fundo da aeronave, dava para ver tudo que acontecia no ambiente. Vejo quando ela lança olhares sobre ele. Não dava para ver o rosto dele e em conseqüência eu não podia ver se ele retribuía ou não.


Ela era uma mulher bonita e madura. Ouso dizer que jamais poderia competir com ela no quesito beleza e sensualidade.
Mas no quê eu estou pensando? Eu não preciso competir com mulher nenhuma. Ele nem me olha. E também não fez questão de me tocar.


Perdi o sono e assim continuei sentada na cama por algum tempo.


Percebo que ele não para de beber e cada vez que ela o serve ela se inclina colocando os peitos quase em seu rosto. Que oferecida. Em alguns momentos eu acho que ela sabe que eu estou vendo, mas não se importa com isso.


Não posso dizer que não me incomoda, mas eu vou fazer o quê? Um escândalo? Nem pensar Sophia, você não é assim. Me repreendo.

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Bom domingo a todos 💖
Bjks

Um Homem as Sombras do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora