Nos machucando!

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Porque você me machuca desse jeito?
Não há necessidade disso,
Por favor, pare, não vai acabar bem pra nenhum de nós!

Diandra Lawrence

Scotth enlouqueceu, se ele realmente acha que vou realmente aceitar esse absurdo.

Tiro a roupa na base do ódio a jogando na cama, e caminho pelada até o meu guarda-roupas, visto uma camiseta larga e um shortinho, prendo os cabelos em um coque alto, e vou para frente do espelho limpar os olhos.

Me sinto exausta, isso porquê nem tenho ido trabalhar esses dias.

Eu trabalho com desenhos em um estúdio, amo o que faço apesar de ter concluido arquitetura, não consegui colocar a profissão em prática como eu queria.

Desde de muito nova eu aprendi a gostar de desenhar, sempre que eu passava por um morador de rua, eu desenhava uma casa para ele. Sei lá, era uma coisa minha, mas infelizmente esse dom se enfraqueceu quando meu pai morreu, ele era o melhor apostador nos meus sonhos, e agora tenho o passado para me atormentar. Quando essa dor vai acabar?

Meu peito se encheu de dor, e sem conseguir controlar meus olhos mais uma vez transbordaram, as lágrimas pingavam na minha camiseta.

Tive uma vontade imensa de gritar, gritar ate perder o fôlego, gritar até minha voz sumir, gritar até perder as forças, agarrei o travesseiro e abafei o grito de agonia que rompeu fortemente meu peito.

Não segurei o choro, não tentei impedir a dor, eu sabia que minha cabeça iria amanhecer explodindo amanhã, e que provavelmente eu iria me odiar por ter aberto os olhos, como sempre costuma ser quando tenho essas crises.

Eu já puxava o ar com dificuldade, o choro não parava mais, meu peito subia e descia rapidamente, e eu não conseguia me concentrar.

Agarrei mais forte o travesseiro e me deitei, esperando que aos poucos isso acabasse.

Fechei os olhos, sentindo meu corpo ser sacudido violentamente pelos soluços incontroláveis, pouco a pouco senti o cansaço e minha cabeça foi se desligando lentamente, até o escuro me engolir por completo.

°°°°
1 semana depois...

Fui acordada pela luz solar que batia direto no meu rosto, sentia meus olhos inchados e a dor lá no fundo ameaçando surgir a qualquer momento.

Ontem repeti a dose de choro e foi aliviante, rolei até a beirada da cama e me obriguei a levantar.

Poderia fechar as cortinas, mas eu me auto avisei ontem à noite, então sim eu merecia me foder.

Me arrastei até a gaveta de medicação, peguei um remédio para dor e um relaxante muscular, porquê parecia que eu havia sido atropelada por um caminhão, enchi o copo que fica perto da cama com uma garrafa de água, que já deixo ali justamente por conta dessas ocasiões, e gemi ao engolir os comprimidos e esperei dois minutinhos antes de pegar meu celular e sair do quarto.

Desci as escadas, e fui para a cozinha preparar um café forte.

Nada é melhor do que um belo café bem feito pela manhã!

Meu celular apitou, avisando que havia uma nova mensagem e quando vi era meu irmão.

"Bom Dia Diandra."

"Bom dia, irmãozão"

"Você vai trabalhar hoje?"

"Vou sim, porque?"

"Vou passar pela região, quer uma carona?"

"Eu aceito" Mandei uma carinha sorrindo "Estou fazendo café, porque não vem me fazer companhia?"

Cacos De Vidro - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora