𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐚𝐫𝐫𝐢𝐨𝐫 𝐏𝐫𝐢𝐧𝐜𝐞𝐬𝐬

𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟑

Há dez anos atrás, 120 d.c.

Em uma das poucas visitas que Laena fez a Fortaleza depois que Naerys nasceu foi um dos momentos mais importantes para a vida da menina, porque ela entendeu o seu propósito na terra.

A pequena Velaryon amava ficar com a sua tia quando ela vinha, acompanhando-a para todos os lados, Laena adorava sua companhia, era um pedaço de sua família que ela tinha quando estava longe de Daemon e suas meninas. Naquela manhã em específico a mulher levou a menina até o fosso - com a permissão de Rhaenyra, é claro - para conhecer Vhagar, o único dragão vivo desde a época da conquista. A mais velha contava as aventuras de sua dragoa enquanto a pequena olhava admirada.

— Um dia quero ter um dragão que nem o seu, tia, assim todos terão medo de mim.

Laena passou as mãos pelo os cabelos da menina, admirando a beleza que todos os Targaryen possuía, para a princesa das águas, a pequena garota só não era mais bonita que suas filhas.

— Minha querida, nós mulheres temos que ser temidas pelo o que nós somos, deixe que os homens se gabem pelos os dragões, se torne mais perigosa que eles pelo o seu potencial, o dragão já é seu por direito.

A menina de seis anos pareceu refletir sobre o que a tia disse, franzindo o cenho e encostando a cabecinha na mão direita.

— A senhora é mais perigosa que o tio Daemon? - A mulher ri com a pergunta da sobrinha.

— Depende. Eu tenho uma língua bem afiada - Ela sorriu.

— O que é uma língua bem afiada?

A mulher pensou bem antes de responder.

— Língua afiada  é quando uma pessoa tem facilidade para dizer coisas que podem ofender as pessoas - A princesa tinha a certeza que sua prima não ia gostar que ensinasse isso a sua filha.

— É por isso que a rainha má não gosta de você? - Laena precisou segurar o riso quando a ouviu a chamando de má.

— Acredito que sim, querida.

— Então espero que um dia eu tenha uma língua bem afiada para que ela não goste de mim - a menina marota sorriu para sua tia.

Laena teve a vaga impressão que Alicent já não gostava de Naerys.

130 d.c.

Naerys e Vermithor são iguais. Vermithor, a fúria em forma de bronze, é uma fera perigosa e extremamente leal, em sua brutalidade ainda há amor para a pessoa certa. Ele assusta as pessoas só de ouvirem seu nome, sua presença os amedronta e infelizes aqueles que perderam alguém para o enorme dragão.

A princesa Velaryon nunca teve medo de seu dragão, sempre confiou de olhos fechados nele, mas Joffrey nem tanto, então perguntava toda hora se estavam chegando. Naerys teve a certeza que se não fosse seu irmão, ela o empurraria para fora da sela.

Aos poucos ela pode ver a - não tão - imponente cidade de Porto Real, ela não conseguia sentir uma nostalgia pelo lugar, nunca conheceu a cidade e com o tempo ela percebeu que a Fortaleza Vermelha nunca foi um lar.

De cima a cidade parecia bonita, mas quanto mais a garota se aproximava da terra rumo ao fosso dos dragões, mais ela se desiludia com o local, os prédios são decadentes, as ruas são decadentes, as pessoas são decadentes. E no final disso havia a Fortaleza Vermelha, o lar da casa Targaryen, em todo o seu esplendor.

— Muito bem Vermithor - Ela diz em alto valiriano quando ele pousa em frente ao fosso.

Os domadores se aproximam para conter o dragão mas Naerys impede.