Night Ways [One Shots]

Ser BR é bom demais (Cho Gue-sung) 🍓🍓🍓

"Onde Cho Gue-sung mostra para Riri que sabe como jogar"

Ah, como é bom ser brasileira!

Ganhamos de 4x1 dos BTS. Claro, eu preferia que fosse de 7x0 em homenagem a cada um dos membros, mas 4 representa as meninas do Blackpink, o que já está de bom tamanho.

Estou na Twitch há umas 4 horas, festejando e comentando com o pessoal sobre o nosso pequeno bolão para o próximo jogo. Tem umas 90 mil pessoas me assistindo, acho que só perco pro Casé.

Bom, minha vida mudou de verdade depois da pandemia. Eu era só uma menina normal que vivia no interior do Mato Grosso, então dá pra adivinhar que não tinha lá muita coisa pra fazer naquele lugar. Então, comecei a jogar em lives, todo tipo de jogo. Comecei com LOL, depois Valorant e Fortnite. Meu público começou a crescer quando um certo alguém do tiktok cortou uma parte da minha live e postou. Nessa parte, eu tive uma crise de riso quando um português fez um duo comigo.

O sotaque dele era engraçado demais. Ele falava deveras, chamava o mouse de rato e até fulasso da vida ele parecia estar dentro de um livro do Machado de Assis. Simplesmente intankável. Depois disso, outras partes das minhas lives passaram a ser compartilhadas uma após a outra e, apesar de alguns me chamarem de forçada, assim como chamaram a Jade Picon, eram momentos naturais e espontâneos.

Apesar do hate, me tornei uma streamer famosa. Ao ponto de fazer patrocínios. Ao ponto de ganhar dinheiro pra caramba e ir disputar campeonatos no exterior.

Foi onde eu conheci o Cho Gue-sung.

Gue-sung era um jogador de futebol em ascensão, mas um grande entusiasta dos e-sports. Ele foi assistir a final de Lol de 2021 em Xangai e eu, mesmo não sendo jogadora profissional, consegui credenciais para participar como telespectadora e digital influencer.

Eu pouco sabia de futebol, então não fazia ideia que Gue-sung era alguém influente no esporte. Ficamos lado a lado na platéia, enquanto uma explosão de luzes serpenteava os arredores do palco, onde os jogadores das duas equipes se posicionavam em lados opostos. Era uma equipe representando o Brasil e a outra a Coreia, igualzinho às oitavas de final da Copa.

"O Brasil pode ser bom no futebol, mas em e-sports.", a voz do rapaz, até então desconhecido, soou ao meu lado. Ele falava em inglês. Sei que ele não estava falando comigo, mas prestei atenção. "Essa vai ser fácil."

"Você acha?", um rapaz ao lado, loiro de pernas mais longas do que poderia caber naquele espacinho, perguntou. "Acho que a equipe Sigma é boa e promissora, apesar de ser nova."

"Que nada. Eu vi como eles jogam em umas lives.O adc deles é fraco."

Me irritei um pouco e pigarrei.

"Bom, a última equipe que subestimou eles foi massacrada.", falei, sem me importar com a grosseria.

Gue-sung arregalou os olhos e a boca, depois deu uma risada.

"E você é?", ele inquiriu.

"Uma pessoa que, com certeza, entende mais disso do que você.", eu disse, brincando com os fios curtos e dourados do meu cabelo.

"Acha que novatos têm força pra derrotar uma equipe estável há 3 anos?"

"Se os novatos são melhores que a equipe estável, por que eles perderiam?", inquiri.

"Por que eles... simplesmente não são melhores."

Estreitei os olhos, com um sorrisinho.

"Veremos."

Como sempre, eu estava certa. Das cinco partidas, quatro foram vencidas pelos Sigmas do Brasil. Reza a lenda que a historinha do meme Sigma vem dos lendários do League of Legends.