capítulo 5.

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Nota inicial: a primeira parte da primeira cena desse capítulo pode vir a causar gatilhos. Caso você se sinta desconfortável, por favor, pule essa parte.

Sua saúde e bem estar em primeiro lugar.
Boa leitura a todos.

Maya Rizzo Lima

Apoio as mãos na pia do banheiro e suspiro pesadamente.

Eu estava acabada.

E não era pra menos, já que faziam exatos três dias que estava me sentindo tão mal ao ponto de não conseguir me alimentar direito e só querer ficar na cama.

Durante esses dias, mesmo sem disposição, tirei forças de onde não tinha para ir a faculdade e ao estágio.

Agradeci mentalmente pelo fato de que hoje é minha folga e que as únicas coisas que tenho pra fazer eram ir a faculdade, por causa de uma apresentação de trabalho, e encontrar com o Gavi.

Me afasto um pouco e encaro não só o meu rosto, mas também meu corpo através do espelho.

Era nítido o quanto eu tinha emagrecido mesmo em tão pouco tempo.

Afasto os pensamentos de que isso poderia ser algo bom.

Porque, no passado, eu cheguei a fazer de tudo para ser o padrão, para me encaixar e ser aceita. Para ser considerada "bonita", de rosto, de corpo, principalmente pelo meu, agora, ex-namorado que sempre me quis magra.

Tanto que desenvolvi certos transtornos alimentares e fiquei doente por causa disso.

Muito doente.

Doente ao ponto de ficar internada durante quase um mês no hospital.

E esse foi um dos piores momentos da minha vida até agora.

Ficando apenas atrás de um, que não tinha qualquer relação com meu corpo, beleza ou coisas desse tipo.

Porque aquele sim, sem nenhuma dúvida, foi o pior dia de toda minha vida.

Mas tenho consciência agora, de que, isso nunca poderia ser algo bom. Que isso não poderia me fazer bem ou fazer bem a qualquer outra pessoa.

Que ninguém pode impor esse tipo de padrão a outra pessoa.

Que a única pessoa que pode ter poder sobre nosso corpo e nossa vida, somos nós mesmos.

E eu estava bem comigo mesma. E isso era a única coisa que importava.

Meu celular apita me fazendo despertar e espantar meus pensamentos. O uber que eu havia pedido para ir até a faculdade, tinha chegado.

Normalmente eu e a Sara vamos juntas, mas como hoje ela estava no CT e eu não, iriamos nos encontrar lá. Desço com minhas coisas penduradas em meu ombro e entro no carro rapidamente.

"Senti falta da minha fisioterapeuta preferida hoje):"

Sorrio involuntariamente depois de ler as mensagens do Pedri.

Saímos mais algumas vezes depois do nosso primeiro encontro, que foi o encontro mais lindo que eu já tive e nos falamos todos os dias, com ainda mais frequência.

"Eu também senti sua falta". – respondi.

"Posso te ver mais tarde?"

"Claro que sim. Até mais tarde, cariño".

O celular vibra em minhas mãos mais uma vez, mas decido ignorar por enquanto.

Olho a hora resmungo um palavrão baixinho.

Until I Found You | PEDRI GONZÁLEZOnde histórias criam vida. Descubra agora