Inflexão (MadaSaku)

55 - Propostas e Recomeços

Nota do Autor

Hello everyone!


Passei para deixar a continuação, agora este arco começa a mostrar realmente a que veio. Estamos finalizando a base para o ápice da primeira temporada. Guerras épicas acontecerão em Inflexão!



Aproveitem!

-----------------------------------------

Como, por agora, não restava nada a fazer, já que absolutamente todos foram para a vila, a Haruno suspirou profundamente e resolveu banhar-se novamente nas águas do rio, desta vez com a certeza de que não haveria espiões. Logo, então dirigiu-se ao hospital de acampamento, onde encontrou Sakumo.

A cor voltou à pele do homem, que ainda jazia adormecido naquele leito de hospital. A moça observava com interesse as feições masculinas, realmente o tempo pareceu ser muito agradável com os descendentes do clã Hatake, pois Sakumo, assim como seu sensei, continuava belo, mesmo após dezoito anos.

Ele entreabriu os olhos, respirando levemente, acordando de seu sono. A primeira coisa que viu, pareceu-lhe uma miragem ou uma manifestação muito vívida de suas memórias. Não acreditando bem no que via, apenas fitou a moça que o encarava com cuidado.

"Como se sente, Hatake-san?". A kunoichi resolveu iniciar, antes que o shinobi caísse no sono novamente.

Aquilo o fez pensar em como se sentia de todas as formas, não só fisicamente e, consequentemente, a vergonha e o pesar invadiram seus olhos, desviando-os. Seu rosto se retorceu e a única coisa que o homem fez foi tentar segurar a explosão da dor.

Sakura levantou-se, amparando-o imediatamente em seus braços, encostando-o contra seu peito. "Deixe sair, não segure sua dor". Sussurrou, apertando-o na intenção de fazê-lo sentir que tinha apoio. "Estou com você."

As lágrimas romperam como uma torrente forte e quente. A dor tomou conta do homem, que deu vazão a ela. Aquele ato era um misto de desistência e uma frágil tentativa de simplesmente deixar ir. Com o rosto apertado contra o ombro da Haruno, o Hatake chorou por sentir-se fraco, desprezível, incapaz, indigno.

"O que resta para mim?". Sakumo indagou, em meio a dor. Não parecia realmente falar com ela, até ali. "O que resta para mim?". Repetiu inúmeras vezes, sua voz abafada pelo choro e porque ele continuava com o rosto escondido em seu ombro.

Sakura tentou, realmente tentou encontrar as melhores palavras de consolo possíveis, todavia não achou. Ela também tinha lágrimas escorrendo em seus olhos, a dor dele era impossível de não ser sentida. Tão dolorida.

"O que resta, Sakura, o que resta? Eu não valho nada!". O homem finalmente olhou-a nos olhos.

A Haruno encarou-o de volta também, procurou o que dizer e encontrou, mas não disse por que as cortinas daquela ala foram lentamente abertas e duas pessoas apareceram; ambas pequenas e muito diferentes em tudo, principalmente em suas reações e jeito de ser.

O pequeno, de cabelo grisalho, usava uma máscara cobrindo boa parte do rosto e um característico cachecol estampado com shurikens. Estava completamente congelado, encarando a cena com grande estranheza. Mesmo que tudo tenha sido tão rápido, a visão de seu pai chorando daquela forma sensibilizou o pequeno Hatake. Não parecia o homem forte e sábio de sempre, parecia alguém destruído e fragilizado.

Do seu lado, olhos pretos e amendoados encaravam com curiosidade inicial a cena. Porém, o garoto - que vestia as cores típicas do Uchiha, tinha cabelos espetados e carregava um óculos de aviador na cabeça - também entendeu, ou sentiu, a dor do momento. Foi assim que o brilho em seus olhos se escondeu, dando lugar ao cuidado. "Vamos, bakashi, não é uma boa hora. Meus avós devem ter algum dango pronto para nós...". O rapazinho espalmou as costas do outro, segurando-se para não arrancá-lo dali a força.