15 - Colocando o plano em prática

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POV Scott

Scott estava triste. O convívio com a mãe havia melhorado bastante, mas nos últimos dias, a convivência degringolou de vez. As palavras de sua mãe, o deixaram chateado. O pior foi saber que sua mãe não ficou do seu lado, não confiava nele e ouvir ela dizer que ele era uma decepção, o magoou profundamente. E assim, resolveu apelar para que realmente ela achasse que o filho não a merecia.

Vários fatos surgiram em sua mente. Sua mãe transformá-lo em bebezinha que usava fraldas e ainda por cima vestidos, a humilhação passada no parque e como ela não se importou com tudo isso. De quase ter sido descoberto que se vestia desse jeito e como isso o deixava aflito e muito ansioso.

Outro problema veio em sua mente. O fato de receber punições e castigos físicos que eram dolorosos. Em poucos dias, receberá dois tapas em seu rosto. Fora as palmadas e cintadas. Sempre tentava concordar em ser obediente, mas sempre que discordava do que era imposto, parecia birra para sua mãe. Apanhar injustamente então, era demais para o garoto. Tudo isso o desgastou, tanto fisicamente quanto emocionalmente.

A discussão que tiveram e como sua mãe agiu nessa semana, lhe mostrando que ele era um ingrato e lhe ameaçando enviá-lo para o internato lhe mostrou uma verdade que não queria aceitar.

Pensou e repensou e ficou na dúvida se sua mãe realmente o amava ou só queria mostrar para o garoto quem mandava e que poderia fazer o que quisesse com o filho. Chegou à conclusão que sua mãe não se importava com ele, que quando ele mais precisou do apoio dela, ele não teve. E ainda fez tudo o que ela queria com ele, mas não parou para pensar em como o filho se sentia com tudo aquilo. Pra ele foi a gota d'agua. Não conseguiria esperar até sua avó voltar. Não tinha mais condições psicológicas para aguentar mais alguns dias.

Então resolveu o que achava mais coerente. Como a mãe iria direto para a empresa, ele iria fugir na saída do colégio, assim sua mãe nunca mais o encontraria. Era a solução mais plausível e que não seria mais marionete na mão de sua progenitora.

Como na segunda, Joe levou o garoto e iria busca-lo.

A última aula era de Educação Física. Ele ficou sentado a aula inteira sozinho, pensando. Seus amigos haviam sumido por um instante, mas ele não se importava. Não queria conversar com ninguém.

Esperou o sinal tocar e logo saiu, não dando tempo de ninguém falar com ele. Na saída, ao invés de esperar Joe na frente do colégio, como de praxe, saiu pelo portão e caminhou em sentido oposto na qual o motorista viria, fugindo assim.

Joe demorou um pouco para chegar devido ao trânsito, mas quando chegou na porta, não viu o garoto. Tentou ligar para o celular do menino, mas nada, caia direto na caixa postal. Perguntou para o inspetor do colégio e este confirmou que Scott já havia saído.

Estava preocupado, aonde o garoto poderia ter ido. Sabia que se falasse para a patroa, o menino estaria encrencado pois ainda estava de castigo, mas não teve como, teria que dar a notícia à Nicole.

POV Nicole

J: Sra Raver, desculpe lhe incomodar. Mas não estou conseguindo achar o Scott.

N: Como assim.

J: Cheguei no colégio, mas ele não estava aqui na frente. Perguntei pro inspetor que fica na porta e ele disse que Scott já havia saído. Liguei pro seu celular e cai direto na caixa postal. Não sei para onde ele possa ter ido.

N: Meu Deus, esse menino só apronta. Não saia daí, vai que ele aparece. Liga pra Matilde e avisa que se ele aparecer em casa, é para ela nos avisar.

J: Sim senhora.

Nicole saí da empresa bufando de ódio. Seu filho nem estava totalmente livre do castigo anterior, e já tinha aprontado mais uma. Tudo que havia dito fora ignorado.

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