21- Hospital

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MERLIA

Eu estava sufocada ,eu não sentia nada, eu estava no caminho sem volta!
Assim que eu senti alguém me puxando nao permitir abrir os olhos para ver quem é!
Nesse ponto eu não conseguia mais sentir às aguas em meu corpo ... então começo a ouvir vozes ..

Ouço gritos
Massagem cardíaca
Lábios contra o meu
O uivos feroz do vento
O barulho das ondas quebrando
Gotas caindo em minha pele

- Vamos lá garota ,reage!- nao consigo reconhecer de quem seria a voz.
Sinto as mãos da pessoa pressionando meu peito, uma, duas, três vezes. Os lábios se colam ao meu e seu ar invade meus pulmões. Ergo o tronco subitamente e um jato d' água sai pela minha boca , sem controle. Começo a torcir sem parar até quando sinto alguém me pegar no colo me carregando para longe dai, meu corpo foi estendido sobre a maca. Abro meus olhos um pouco vendo uma multidão de gente ao meu redor tanto fora como dentro da ambulância mais não consigo raciocinar então apago derrepente.

{..}

Me sinto estranha, minha cabeça dói, meu corpo está todo dolorido. Abro aos poucos meus olhos e levo minha mão ate meu rosto assim que a claridade invade meus olhos. Noto que estou no quarto totalmente branco e percebo que não estou sozinha, fiz uma careta quando sinto uma pontada na minha cabeça, fiz menção de levar minha mão até minha cabeça mais sou impedida com um troço que esta cravado no meu braço, ergo meu tronco vendo uma bolsa de soro perto de mim. Faço força para me apoiar na cama estranhando o por que eu estava naquela situação eu não lembro de nada.

ㅡ Merlia!- saio dos meus desavenios quando escuto a voz da minha mãe vejo a mesma se aproximar de mim tocando em meu rosto fazendo um carinho enquanto me encarava.- Você está bem querida?

Noto meu pai se aproximar ficando ao lado da minha mãe, percebo preocupação em seu olhar.

ㅡ Estou bem mãe...- respondi minha mãe- so estou sentindo uma dor de cabeça mais nada que um remédio não resolva.

ㅡ Você não lembra de nada querida?

Minha mãe trocou um olhar com meu pai e depois me encarou

ㅡ Não, por que?

Na real eu nem sei o que eu estava fazendo no hospital, eu me pergunto em que furada eu fui me meter parando aqui exatamente.

ㅡVocê quase morrer afogada Merlia.ㅡ meus olhos se arregalharam com essa informação, mais como isso é possivel? encarei meu pai para que ele pudesse continuasse a dizer alguma coisa então ele soltou um suspiro longo.

ㅡ Querida que tal eu trazer uma comida para você daí depois a gente explica direitinho para você.

Eu apenas assenti eu estava morrendo de fome nem lembro da última vez que eu comi alguma coisa. Minha mãe então saiu do quarto deixando eu e meu pai sozinhos.

ㅡ Você quase nos matou de susto filha. ㅡ a voz do meu pai pareceu falhar um pouco quando ele falou. ㅡ eu nem imagino a dor de saber que eu poderia sentir se eu te perdesse filha

As palavras do meu pai tocou meu coração de um jeito que eu não podia explicar então me forcei a dizer.

ㅡ Foi tão grave o que fiz?ㅡ meu pai não respondeu apenas levou suas mãos para meu rosto fazendo um carinho ali e em seguida depositou um beijo na minha testa.

ㅡ Apenas descanse filha, mais tarde contemos o que aconteceu.

Como eu vou descansar ? Eu estava angustiada em saber o que realmente eu fiz para estar nessa situação. Para meu alívio minha mãe apareceu com minha comida e me apressei em comer ela rápida. Assim que terminei tomei um gole rápido de água e encarei meus pais para que ele falasse de uma vez.

ㅡ Filha você acabou indo surfar no meio de uma tempestade e isso resultou em você quase morrer afogada querida , tem noção do perigo que você correu? Você poderia ter morrido filha!

As palavras da minha mãe aos poucos começaram a entrar em minha mente e lembranças rodearam minha cabeça, eu estava nervosa, angustiada por alguma coisa mais não consegui saber o que era, forcei minha mente pra tentar lembrar de mais alguma coisa até quando consigo me lembrar que que estava saindo para tomar um café com minha mãe, lembro também da noite interior quando eu descutir com meus pais depois que descobriram sobre a carta que eu havia recebido da faculdade onde estava escondida.

Meu cérebro trabalhou mais e consigo me lembrar de minha mãe e eu chegarmos juntas no café e derrepente e como se um flash invadisse minha cabeça, meus amigos estavam lá, O Jacob, e as lembranças de minha mãe discutindo com alguém mais não consigo identificar quem era essa pessoa.

ㅡ mãe posso te fazer uma pergunta?ㅡ minha mãe assentiu e pediu para que eu continuasse

ㅡVocê é estava discutindo com alguém? Ou é só um fruto da minha imaginação?

Vi no momento em que minha mãe pareceu assustada com minha pergunta, ela trocou o peso da sua perna para outra e engoliu seco me encarando.

ㅡ Mãe??

ㅡ Querida eu não.....ㅡ Dona Miriam pareceu se perder nas suas palavras enquanto massageava sua mão de forma nervosa

ㅡMãe por favor não minta para mim, seja sincera comigo, se você mentir só vai piorar a situação então eu te peço que seja sincera.

ㅡ Ok filha.ㅡ minha mãe abaixou seus ombros de forma frustrante e encarou meu pai que assentiu.ㅡ Eu estava realmente discurso com alguém

ㅡ Com quem?

ㅡ Com seu...ㅡ ela pareceu relutar em dizer ou não mais meu pai apenas tocou em seu ombro fazendo minha mãe morder o lábio inferior.ㅡ Com seu tio.

ㅡ Meu tio? Como assim?ㅡ juntei minhas sobrancelhas

ㅡ Gerald..ㅡ ela confessou baixinho fazendo minha cabeça girar, girar e girar como se eu tivesse em uma roda gigante que não parava, assim que escutei esse nome me lembrei de tudo sem esquecer nenhum detalhe

A discussão da minha mãe com esse... meu tio. O momento em que eu descubro que meus avós paternos estão vivos e a última lembrança me fez querer chorar, Jacob sabia de tudo e nunca me contou.. corri roubei a pracha do menino que talvez nunca vou ver na vida mais espero encontrar para pedir desculpa por ter roubado sua prancha... então a imagem da tempestade veio em minha mente .

Agradeço a Deus por esta viva

Continua...

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