Único.

105 21 0
                                    

Kim Garam apreciava estar sozinha. 

A coreana sempre fora uma pessoa que preferia passar um tempo consigo mesma, consequência de uma relação inapropriada com ciclos sociais. Para Garam, estar sozinha era estar livre, sem inseguranças e vozes cercando sua mente; 

"Não faça isso, eles vão te olhar Daquele Jeito"

"Você não faz parte desse ciclo, se afaste" 

"Eles te vêem como uma intrusa" 

"Não seja você mesma, eles não podem te conhecer, seja o que eles querem ou o que eles temem"

Esta última citada era a que Garam mais se dividia, beirando ao medo de a conhecerem - pois ela mesma não se conhecia, havia se perdido há muito tempo - fazia de tudo para agradá-los e para que estes mesmos a temessem. 

Confuso, mas na prática funcionava. 

Até então, Garam conhecia a sensação boa de estar sozinha. Estar sozinha era bom, já a solidão… 

A solidão era fria, vazia, melancólica… 

Sufocante.

Acontece que, quando Garam recebeu a devida atenção e carinho que lhe faltaram por bastante tempo, não durou por muito tempo. Foi rápido, ríspido, áspero, doloroso…

Sufocante.

E foi quando estar sozinha não era mais algo satisfatório para a Kim, não lhe deixava feliz, a deixava vazia e nostálgica. 

Vazia, por não conseguir sentir nada ao seu redor. 

Nostálgica, por lembrar dos momentos em que seus dias desacompanhados se tornaram acompanhados e barulhentos. 

Novamente, o vazio e a nostalgia a deixavam sufocada. Ultimamente, tudo a deixava sufocada. 

Neste ciclo sufocante e interminável, podemos constatar algo: 

Kim Garam tinha medo de estar sozinha, e depreciava a solidão.

●●●

não tive intenção alguma de envolver o acontecido da garam nesta drabs, apenas a vejo como alguém que quis retratar aqui como um meio de desabafo.

espero que tenham entendido o sentimento que quis passar por essas poucas palavras.

Sufocante. ♡ Kim GaramOnde histórias criam vida. Descubra agora