Capítulo Único

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Eu agarrei sua cintura e lhe puxei para mais perto de meu corpo. Te puxei para que dançasse comigo. E, mesmo quando você tropeça em seus próprios pés e quase nos leva ao chão, você continua lindo, e cheio de graça quando, como manteiga derretida, molinho me abraça.

Enquanto ouvimos Tom Jobim tocar ao fundo, eu distribuo beijinhos pelo seu rosto pálido. Sussurro as letras de Elis enquanto junto e separo nossos lábios em selinhos infinitos.

Nossos olhos se encontram. Eu sorrio mais uma vez antes de levar minha mão até sua bochecha, dando carinho na pele fria de seu rosto.

Voltamos a dançar pelo quarto onde a única iluminação era a luz fraca e bela da lua. Ela fica ainda mais graciosa ao ser refletida nos seus lindos olhos castanhos. Não consigo deixar de admirá-los, jinie...

Mesmo morto, você ainda é perfeito.

Do lado de fora, todos procuram por você. E a polícia cerca a minha casa.

Antes de me prender, o policial me pergunta o porquê.

Eu respondi, jinie, que você é um anjo. E anjos vivem no céu.

-- O meu menino é um anjo, senhor policial. Eu só quis livrá-lo desse mundo sujo, imundo, e tão cruel...
 

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