A dama e o vagabundo✰ Neymar Jr

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FUI O CAMINHO DO AEROPORTO dormindo, chegamos atrasados, estava sonolenta e nem andar eu conseguia direito, Matheus me pegou e me levou até meu assento no avião em suas costas, ele ficara na janela, eu no meio e um jogador com o casaco da seleção sentou ao meu lado de fone, um rosto novo, moreno,
brinco, cabelo com luzes!

Matheus:Rodrygão - meu irmão jogava seu corpo por cima de mim e dava um beijo na cabeça do garoto que com um sorriso tirava os fones

Rodrygo:Ela é a famosa Tiffani - ele apontava pra mim e meu irmão assentia com a cabeça - é um prazer - ele pegava a minha mão e levava até a altura de sua boca e dava um beijinho gentil

Tiffani:Famosa por que? É um prazer Rodrygo - eu ria envergonhada olhando para meu irmão

Matheus:Por nada, né Rodrygo - meu irmão fazia gestos com a mão

MEU IRMÃO ESTAVA EM SEU décimo quinto sono, apoiado no meu colo, eu conversava com Rodrygo, ele me falara desde a sua temporada no Real Madrid até sobre ele negar a paternidade de seus dois filhos.

Tiffani:Então tenta ser a única mulher da casa e a única solteira da família, todo lugar que eu vou acabo caindo num mar de pena e olhares tristes, por que todo mundo dúvida tanto de uma mulher solteira feliz?

Rodrygo:Porque 'tá na cara de que não 'tá feliz

Tiffani:Sim, eu to felizona - forçava um sorriso de orelha a orelha, com o sentimento martelando em minha cabeça, que me fizera relembrar sobre Cauã e todo nosso relacionamento

Rodrygo:Não 'tá não, eu cansei de sair casualmente, acaba rolando muita pressão, é ridículo e eu sempre sempre fico como cuzao no final, a gente precisa de carinho, uma boa companhia, uma bacana, e alguém pra zoar a gente bebado nas festas

Tiffani:Sabia que eu adoro zuar gente bebada nas festas - ele ria

Rodrygo:'Tá vendo - ele colocava uma mecha do meu cabelo para atrás da minha orelha e deitava sua cabeça em meu ombro, fechando os olhos lentamente

Conversando com a aeromoça, pedi wifi, ela me explicará que teria de pagar uma taxa adicional, paguei. Notificações subiam com velocidade, pus meus fones

Não pode ser
Não posso acreditar
Eles são baixos demais

Comecei a respirar fundo, desliguei o celular e tentei focar na minha respiração, que falhava, minha garganta tremia e beliscava minha boca com força, enrolei uma mecha do meu cabelo e a puxei, deixando uma lágrima escorrer do meu rosto até meu pescoço

A Luana, eu confiava nela, eu a tinha perdoado pois acreditei que tinha sido um momento de fraqueza dos dois, eu ajudei tanto ela, quando ela brigava com os pais e eu abria minha casa por ela, ou quando ela ficava tão bebada ao ponto de não conseguir ficar em pé e eu dedicava minha noite toda me certificando de que ela estava bem, e quando ela era assaltada, eu a ajudei, eu a dei dinheiro, foi como um soco na minha barriga, sabe eu entendo que nem sempre as coisas dão certo mas comigo nada da certo, como que se confia em alguém nos dias de hoje, eu estava arrasada

Rodrygo:Que 'que isso - o garoto levantava pegando uma mecha de meu cabelo que estava em meu colo - Que 'que isso

Tiffani:Nada - eu limpava o rosto e com a boca tremendo sorria

Rodrygo:'Tá maluca, vai ficar arrancando cabelo, 'tá louca - ele pegava devagar e lentamente no meu braço

Tiffani:Desculpa, eu vou parar

Rodrygo:Eu 'tô aqui pra te ajudar - ele me abraçava preocupado - me diz que vai ficar bem, me fala o nome dele

Tiffani:Cauã - eu já desconfiava que Matheus falava sobre mim para eles, e isso acabara de se confirmar - eu vou ficar bem, só preciso de um tempo, eu amo ele

Rodrygo:O Tiffani, amor não é, o amor te liberta, falta tu reconhecer - ele riu abafado pensando - Cauã?

Tiffani:Cauã

Rodrygo:Isso pra mim é nome de otário - ele me arrancou uma risada curta porém, sincera

Adormeci no abraço apertado de Rodrygo. Meu irmão e ele me acordaram, Matheus preocupado e sério como costume e Rodrygo parecendo aliviado com um sorriso natural na face.

MEU PAI ME LEVOU em cima das malas até o táxi, chegaríamos no hotel a tempo do famoso jantar, o de apresentação e canções, nos separamos de Rodrygo que encontrara uns com o rosto também novo, não deu tempo de eu os conhecer. Já no hotel, tinha um quarto pra cada, o hotel tinha três andares, fiquei no primeiro, na última porta, de frente a uma grande varanda, que do lado de fora uma rede com um sol pintado à mão se destacava, chamando atenção, o quarto era grande, com banheira e uma cama enorme de casal, pulei a abraçando

Matheus:Titi, chega aí, sou eu- ele batia impaciente

Tiffani:Pode falar

Matheus:Eu queria conversar - ele tentava entrar que o empurrava fraca desfazendo meu sorriso

Tiffani:Agora não, a gente vai ter essa conversa mas não agora

Matheus:Tudo bem, tudo no seu tempo, o jantar é daqui a duas horas, eu venho te buscar, qualquer coisa me procura no segundo andar

Tiffani:Não ia me contar que fala de mim pra eles? - ele virava um pouco surpreso, como se não esperasse

Matheus:Agora não, a gente vai ter essa conversa mas não agora - ele repetia rindo

Entrei no banho, quente pra relaxar, enrolei a toalha em meu corpo e fiz uma escova no cabelo, finalizando com um 'babyliss' para definir meus cachos, sai do banheiro e fui aí que vi o primeiro deslize dessas férias.

Esqueci minha mala!

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