Você já sentiu o mundo caindo aos seus pés? Você já sentiu como se tivesse vivido em uma ilusão, uma simulação daquilo que consideramos o pior? O pior para o seu coração, aquilo que você mais teme e menos deseja. Era exatamente como eu me sentia agora. O nó formado na minha garganta era impossível de desenrolar, o punho fechado pela fúria era impossível conter. A respiração acelerada e os batimentos cardíacos descompassados eram impossíveis de manter controlados levando em consideração o que tinha acabado de ouvir, as lágrimas de raiva e dor, mesclada sem ambos sentimentos, eram impossíveis de segurar.
Antes de pensar qualquer coisa, antes de deixar o desespero e o choro tomar conta de mim, respirei fundo e abro a porta do apartamento com a maior força que tive, encontrei aquela cena deplorável de dois miseráveis e infelizes. Em relembrar dos "bons" momentos, da "conquista" de outrora, há cinco anos atrás. Amélia arregalou os dois olhos e Dean não pareceu nem um pouco surpreso ou preocupado com minha presença, mas, eu faria com que ficasse.
— Amor! — Ela exclamou assim que bati a porta, eu encarava os dois enfurecido. Um olhar que denunciava a versão aos dois, e, se fosse possível e não duvido nada, um assassinato que estava prestes a cometer com as minhas próprias mãos. — Eu não sabia que você voltaria tão cedo... — Estava nervosa e realmente tinha motivos, devia mesmo, estava muito enrascada e à ponto de ser jogada pela janela. Dean iria primeiro, por misericórdia minha, para servir como amortecedor a sua queda. Tive que a suportar por tanto tempo e já não aguentava mais sequer ouvir sua voz, agora ainda mais, o tom entrava por meus ouvidos e causava náusea em meu estômago. — Adivinhe só que esse cara de pau teve a coragem de aparecer aqui para lhe ofender! Lhe dizer como anda sua vida com Anastásia. Eu estava dizendo à ele que você o odeia e que... — Tentei ignorar o que ela disse em relação à Anastásia. Tentei não deixar isso entrar em minha cabeça. Eu já havia acreditado muito nas coisas que via e ouvia dos outros, hoje isso para. Não acredito em mais nada que saia pela boca dessa mulher. Uma boca suja que não devia nem ter o direito de falar o nome dela. A interrompi na mesma hora.
— Não se dê o trabalho. Eu ouvi muito bem o que vocês conversavam. — Falei em um tom irônico e Dean riu. O filha da puta riu! Amélia estava pálida e suas mãos começaram a tremer. — Você o chamou aqui. — Confirmei, provando que eu havia escutado o final do papo. Eu estava usando todo o meu controle para não cair em cima daquele imbecil, o socar e dessa vez terminar o serviço de cinco anos atrás.
— Amor, não tire conclusões precipitadas, deixe eu expli....
— CALA ESSA BOCA! — Gritei a pegando de surpresa e fazendo-a fechar a boca. Não liguei para as lágrimas que começavam a surgir em seus olhos, não liguei para o desgraçado ao seu lado que me provocava a cada cinco segundos, rindo, piscando ou sorrindo de um jeito vitorioso. Precisava saber de algo antes de o deixar em um estado onde não poderia nem falar, nem abrir a boca. — Minha conversa com você é depois, agora tenho assuntos mal resolvidos com um velho amigo, não é, parceiro? — Debochei começando um jogo perigoso. Perigoso para ele, pois quem apanharia no final não seria eu.
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Sempre foi Você
RomanceAnastásia Steele e Christian Grey passaram a ser vizinhos há pouco tempo, estudam na mesma escola e fazem o último ano da escola juntos. Eles tem uma certa implicância e "ódio" um pelo outro desde que se conheceram, mas isso muda com o passar do te...