Solidão. Essa é a palavra que me define. Sou uma pessoa solitária, dia após dia me afundo em meu próprio abismo de sentimentos, incapaz de lidar com o sufoco que vaza de meu peito e sobe por meu corpo, alcançando minha mente e inundando meus pensamentos.
O vazio me toma com um arrepio, sensações como se algo em mim estivesse faltando. Um pedaço de quem eu sou, ou de quem eu deveria ser. Uma angústia queima meu coração, a tristeza corrói minha garganta, a mágoa pesa em minha língua, me impedindo de gritar, de pedir socorro. Em compensação, a força dessa rachadura que carrego em minha alma derrete sobre meus olhos, escorrendo pela minha pele.
Meu coração dói, minhas mãos tremem, uma vontade ensurdecedora de me machucar assola cada célula de meu corpo, o desejo inexplicável de me agarrar a primeira coisa que surge em minha frente, de bater, arranhar, socar e destruir. A dor física, é isso que busco, pois a dor psicológica não está mais sendo suportada por mim, como a necessidade de externar esses sentimentos.
Ainda não avancei para medidas drásticas porque não tenho coragem, sou medrosa. Covarde. Isso me define. As pessoas dizem que enfrentar os problemas e solucioná-los são a demonstração mais admirável de força de vontade e coragem. Mas eu sou uma grande covarde.
Porque eu vejo como estou sofrendo sozinha, em silêncio, mas não consigo acabar com isso.
