Capítulo 29

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Kn

Luana falou comigo e eu nem dei muita atenção, eu tava tentando ao máximo não dar bola pra ninguém, eu só queria ficar na minha e tentar aceitar que meu avô morreu. Fazia mó cota que eu tava aqui sentado, olhando pro caixão.

O vacilão do Eduardo ainda tentou trocar idéia comigo, me chamou até de neto, mas eu nem olhei na cara dele. Falei com Daniele mermo mas é só porque ela nunca me fez nada de mau, se não eu nem falava com ela também.

Luana: Kn... - chamou, abaixada na minha frente, com a mão na minha perna.

Kn: Fala. - falei quase sem voz.

Luana: Mano, tu tem que comer alguma coisa. Vai ficar o dia inteiro sem comer?

Kn: Tô sem fome.

Ela não perguntou mais nada e saiu. Luana tá como se nada tivesse acontecido, não sei como ela consegue ser assim, parece que ela só caiu na real naquela hora, aí chorou, foi dormir, acordou e não tá mais nem aí pra nada.

Não sei se ainda vou conseguir vir aqui, vou ficar lembrando todo tempo dele e isso é mó chato, tipo, a sensação de ele num tá mais aqui com nós é triste.

Tô ligado que Dino morava aqui sozinho, mas eu não sabia que ele se sentia triste por isso, pensei que ele era acostumado com nós morar longe e só poder vir aqui quando num tinha nada pra fazer no morro, mas não.

Th toda vez que vinha voltava bolado com ele, dizia que ele era chato e não sabia dar valor. Comigo ele era diferente, fazia eu me sentir melhor e eu achava da hora isso, ele era aquele tipo de pessoa que me deixava à vontade pra contar minhas parada.

Quase todo dia eu ligava pra ele, nós passava horas e horas batendo papo. Eu trabalhando e ele deitado, como sempre. Não vai ser fácil me acostumar viver sem ele, mas vou tentar.

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