Idiota (Danthur)

Dante e Arthur estavam sentados no chão ao lado da cama de Arthur, revirando documentos e com copos de bebidas em mãos. Arthur encarava um mesmo papel a um tempo, quando abaixou-o e disse, arrastadamente:

- Hm, Dante? Eu posso te perguntar um negócio?

- Claro, Arthur, o que houve? - Olhou nos olhos do outro, claramente mais sóbrio.

- Você gosta de mim?

- Que pergunta boba, óbvio que gosto. - Houve uma pausa.

- Não, você gosta gosta de mim? - Rolou os olhos. - Eu gosto gosto de você.

- Eu não entendi.

O mais baixo suspirou, parecendo irritado.

- Eu queria te beijar. Você me beijaria? - Encostou a cabeça na cama e sorriu desajeitado.

- O quê? Arthur, você... eu...

Arthur deu uma risada, apoiou seu rosto em sua mão em uma tentativa de escondê-lo, e começou a chorar.

- Eu sou muito idiota, eu me odeio. Eu não consigo salvar ninguém, eu só faço merda, eu...

- Ei. - Dante o interrompeu, se aproximou e o abraçou. - O quê aconteceu?

Arthur não respondeu e continuou chorando, Dante falhou em parar a lágrima que lutou para escorrer por seu rosto, encostou a cabeça de Arthur em seu ombro e assim ficaram por longos minutos. No chão, agarrados, com Dante fazendo carícias no cabelo de Arthur enquanto ele choramingava palavras abafadas.

Até que o louro sentiu o moreno calmamente parar, Arthur havia dormido em seu ombro. Não poderia ficar sentado à noite toda, tentou carregá-lo, mas não conseguiu, então o encostou na beirada da cama e o puxou para cima. Foi capaz de colocar Arthur para dormir, mas ele mesmo não fechou o olho, tentou muito, mas sua mente não parava de pensar, o quê o homem ao seu lado quis dizer com "eu queria te beijar"?