Capítulo #9

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NATY
[Uma semana depois]

Acordei preguiçosa, de mal humor, quando olhei pro relógio e vi que eram só sete e meia da manhã, fiquei puta comigo mesma saco? Odiava acordar cedo, mais era o jeito, nem dormi direito eu conseguia, quando a Ingrid tava comigo era até que fácil, eu chegava em casa fazia ela entrar no clima para nois transa e eu aí até nois fica cansada, aí sim eu dormia, nos outros dia era tudo igual, rolava na cama até o dia seguinte.

Naty não existe antes do meio dia, eu fico uma merda até a hora do almoço, xingo todo mundo, as vezes bato em alguém, fico mandando fazer alguma coisa, eu to ligada que eu sou chatona, mais geral me aguenta assim.

Eu tô ligado que é maldição na mente, a maconha as droga, mais larga isso não dá também, essa porra acalma quando tô acelerada, quando brota problema, é assim, e eu já tô até que acostumada.

Sai de casa depois de toma um banho, acendi a primeira maconha do dia e peguei meu carro, tenho um golfinho hoje, mas futuramente quero minha BM branca, meu sonho desde pequena. Fui na casinha ver como que estava tudo, troquei os soldados que ficaram no plantão e coloquei outra tropa.

Agora que deu meio dia, eu tava morrendo de fome. Parei na frente do restaurante que tem aqui na favela, era o melhor. O restaurante era da pretinha, minha ex sogra, a mãe da Ingrid sempre gente boa comigo, ela era amiga da minha mãe então quando ela morreu a Vanessa passou a cuidar de mim, foi uma segunda mãe mesmo.

Desci do carro e entrei no restaurante, de primeira vi a Ingrid lá, ela já tinha saído de casa, me procurou esse dias e disse que precisava de um tempinho para arrumar tudo na outra cidade lá, e dei esse tempo para ela, mais vamo ver até quando.

— Naty, tá bem? - concordei e sentei na bancada jogando meu celular ali encima - tá fazendo o que aqui?

—Eu vim comer Ingrid, cadê a tua mãe? - ela encolheu os ombros e olhou atrás dela onde ficava a cozinha, chamou a mãe e logo a Vanessa apareceu. Me olhou dando um sorrisão, Vanessa era uma mulher guerreira saco? Passou por altas paradas na mão do filho da puta do ex marido dela, o pai da Ingrid, eu era criança ainda mais tinha idade suficiente para lembrar tá ligado? E eu lembro dás vezes que meu pai bateu no cara porque ele tinha batido nela.

— Naty, esqueceu de mim né. Nunca mais te vi - dei um sorriso para ela - Não veio aqui mais, não gostei não.

— Que isso, vi tu sábado passado preta - ela riu e veio me abraçar - hoje eu tô com fome.

— Quando você não tá Naty - a Ingrid que falou e eu só olhei para ela.

— Tá toda magrinha, não anda comendo direito né - dei de ombro - ninguém mandou terminar com a minha filha, ela te tem o mesmo tempero que eu, foi boba - saiu falando.

Peguei meu celular e entrei no grupo aqui da favela, todo mundo animado pro baile de amanhã, sabadão, vou até domingo e é isso pô.

— O que você acha da gente conversar melhor e se resolver - olhei para ela - você sabe que ninguém vai te aguentar como eu Naty.

— Eu não tô afim de ficar com ninguém mesmo - ela riu.

— Sério isso? - concordei - então eu vou te dar um tempinho, vou sair daqui também, pra deixar você com mais saudade, aí quando eu voltar, a gente conversa de novo - não respondi ela.

Uma cliente chamou ela na mesa e a Ingrid saiu de perto e foi atender a mulher. Eu nem dei muito atenção para esse papo dela aí, já amei a Ingrid já mais quando eu trai ela pela primeira vez vi que não amava mais, nois brigou, bateu boca e tudo, ela não quis terminar e eu fui levando. Mais aí aconteceu de novo e de novo,ela começou a bater nas mulheres tudo, até aquelas que eu nunca tinha ficado, foi ficando ruim tá ligado, para mim e para ela.

Meu primeiro relacionamento foi a Ingrid, conhecia ela desde pequena por causa da Vanessa, mais só começamos a namorar mesmo quando nois tinha 24 anos, nois duas com a mesma idade, e foi rolando, levai ela para morar comigo e nois durou quatro anos, mais não dava mais não.

Vanessa colocou o prato na minha frente e eu comecei a comer, como sempre o tempero da preta estava de outro mundo, me lembro de altas vezes ela inventa prato gostoso para mim comer já que sempre fui enjoada pra comida. Hoje em dia eu só vive de lanche e olhe lá, ligo muito pra isso saco? Acho que a maconha mais me tira a fome do que dá.

Amassei o almoço e tomando uma coquinha, fiquei mais um tempinho ali conversando com a Vanessa as vezes Ingrid se intrometia e eu cortava ela, não sou burra não, quanto mais papo eu render para ela mais noia ela cria na  cabeça e mais me incomoda, terminamo? Cada um pro seu lado, se ela quiser ficar com alguém que fique.

Sou ciumenta, mais ao ponto de brigar e matar uma pessoa por causa de namoro, eu nunca cheguei não. Eu tenho que tá de quatro namoral.

Sai do restaurante e fui pra casinha, tinha uns menorzinho ali brincando na frente, uns filhos de soldado meu que morava ali. Traguei a maconha olhando envolta e procurando o pipoca, ele não estava ali então deixei de lado e fui me sentar em uma cadeira de plástico, passei a mão pelo cabelo e relaxei o corpo.

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