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Não existe nada pior do que estar trancafiada e sem a menor possibilidade de fuga

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Não existe nada pior do que estar trancafiada e sem a menor possibilidade de fuga. Me pergunto quando exatamente Darlan construiu esse lugar, ou se ele já existia e eu não fazia a menor ideia. Porra, não tem uma janela sequer aqui, nem mesmo uma grade para eu poder ver o que está acontecendo lá fora. E a minha agonia aumenta a cada minuto que se passa aqui dentro. O Thor está sendo atraído como um rato para a ratoeira e eu não sei como impedir isso. Com um suspiro alto ergo a minha cabeça para encarar o teto e vejo ali uma possível opção de fuga. Trata-se de uma entrada de ar. É bem estreita, porém, com espaço suficiente para eu passar por ela. Agora eu só preciso pensar em como chegar nela. Passo os meus olhos ao meu redor e a única coisa que encontro é a bendita cama de solteiro.

- Deve servir - digo para ninguém em especial e começo a arrastar o móvel para o outro lado do quarto. Bufo audivelmente quando percebo que isso não é suficiente para alcançar a pequena entrada. Contudo, não desisto e começo a pular no colchão de mola, tentando alcançar a sua tampa. - Merda! - rosno ofegante e contrariada, desistindo dessa pequena guerra e frustrada, me deixo cair no colchão. - Pensa, Nina, pensa! - resmungo baixinho e fito a porta trancada. E se eu ficasse ali atrás aguardando alguém entrar? - Não, pode ser tarde demais. - E se eu gritar? Disser que estou com dor de barriga. O idiota abre a porta, eu dou um mata leão e pego a sua arma. Coração dispara com essa possibilidade. - Isso pode dar certo. - Imediatamente salto para fora da cama, porém, quando penso em iniciar o meu teatro a porta se abre e eu perco a minha oportunidade. Jude surge no meu campo de visão apontando a maldita arma para mim. Reviro os olhos. - Precisa realmente disso? - ralho com desdém, apontando para a arma.

- O Darlan quer você no terraço conosco. Está na hora da festa, Nina. - Respiro fundo, sentindo um arrepio gelado na minha espinha dorsal. - Deixe as suas mãos onde eu possa ver.

- Sério? - zombo.

- Sem gracinhas, Nina!

- Ok! Ok! - Ergo as minhas mãos para que ela as veja e ando na direção que ela me apontou. - Você está cometendo um grave erro - resmungo

- Só, fica em silêncio, tá?

- O Darlan não vai te dar o que você pediu. Sabe disso, não é? Quando toda essa merda acabar você vai voltar com o rabinho entre as pernas para a Rússia

- Eu pedi pra você ficar calada! - Ela rosna e me empurra para frente.

- Jude, não seja burra! - insisto. -O teu marido está bem aqui ajudando o Darlan. Você acredita mesmo que ele vai abrir uma guerra particular com aquele russo de merda depois?

- Cala a porra da boca, Nina e sobe a droga das escadas! - Volta a ordenar, mas eu paro de andar e me viro de frente para ela.

- Por favor, ele é o homem da minha vida, não pode contribuir com a morte dele!

- Sobe, Nina!

- Não! Se quiser me matar, então faça isso aqui e agora! - A filha da mãe destrava o tambor e leva o dedo ao gatilho. Quando foi que as perdi para o tráfico? Eu simplesmente não a reconheço nessa mulher mal-encarada e fria. Não tiro os meus olhos dos seus e o pior é perceber que ela está determinada a fazer qualquer merda pela sua liberdade. Jude está acreditando piamente em uma promessa que eu bem sei, Darlan não vai se realizar. Contudo, espero o seu dedo se mexer e fazer a tarefa árdua de puxar a porra do gatilho para acabar de vez com a minha agonia. Entretanto, algo inesperado acontece e me faz soltar a respiração que prendi em meus pulmões.

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