Quatro semanas depois...
Queria me manter aqui para sempre, esquecer o mundo lá fora e me esconder no seu cheiro de paz com a mistura do frescor da brisa do verão. Queria que ela pudesse me dar sua serenidade, por um segundo, só para fazer minha cabeça parar um pouquinho, os problemas sumirem, a dor desaparecer e o vazio ir embora.
Porém, saber o que há de errado comigo, não melhora as coisas. Parece que dei um nome ao monstro do meu armário só para poder gritar seu nome, ao invés de apenas... gritar. Dei uma assinatura aos meus medos, ganhei um choque de realidade e perdi as esperanças.
"É incurável" foi o que ele quis dizer com seu discurso grande e o mesmo, sempre que tento encontrar uma brecha. "O vazio morre junto com você", li esse relato na internet, de alguém como eu. Alguém como eu... com problemas como eu, doente como eu, do tipo que afasta as pessoas, como eu.
Mas tenho a quem culpar em minhas crises. Fiquei catatônica ali, mas soube onde descontar, o que quebrar... quem quebrar. Cravei fundo em seu coração, despejei ódio que sequer tinha seu rosto, fiz ele calar a boca e me ver enlouquecer. Eu não me orgulho disso, nem mesmo sei a razão para ter sentido tanta raiva, mas acho que essa é a questão.
Depois daquilo, ele tenta se aproximar, mas tenho evitado. Já tenho meu porto seguro, sexo não resolve tudo, seus abraços são frios e não são só meus. Eu tenho evitado, deixei nosso acordo suspenso, deixei tudo como estava e onde estava, quando fechei a porta. Ignorei as ligações no meu celular novo, tal como andei ignorando Kawaki. Mas abri a porta quando ele trouxe minha alegria, alguém a quem eu costumava me apegar antes de conhecê-lo. E deu certo.
Há quase um mês não sinto os lábios de Sasuke. O gosto dele. Os toques dele. Ele.
Mesmo que eu saiba que me vigie de perto, e saiba também, que ele anda mais ocupado com questões exteriores do que com a minha carreira e com a gravadora e as produções. Minha agenda apertada, estamos perto do lançamento do primeiro álbum e eu já tenho uma entrevista em Malibu.
Não importa... Afundei meu rosto no pescoço dela e dei um beijinho. Vi sua pele arrepiar forte antes de virar e se espreguiçar na cama, bocejando ao colocar sua perna nua em cima da minha e deitar a cabeça no meu peito.
— Onde você dormiu? — perguntou, sua voz rouca de sono.
Acariciei seus cabelos negros e beijei sua testa. É uma boa pergunta.
— Caleb — sussurrei.
Acho que parte minha não queria que ela escutasse. Não depois que enrolei ele por uma semana e quando saímos, voltei e chorei a noite inteira no seu ombro. Não foi culpa dele, foi culpa minha por ter forçado, por ter transado mesmo não estando bem comigo mesma. Ela entendeu como forma de provocar o homem que eu disse que gostava, Aoda, mas foi além.
— Sakura... — resmungou, respirando fundo ao abrir os olhos e me encarar, um vinco doloroso entre suas sobrancelhas. — Você disse que ia sair com o seu empresário, para jantar! — ela grunhiu, afastando-se de mim, coçando os olhos. — Eu deveria ter desconfiado quando Sasuke ligou, mas eu-
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FanfictionTalentosa e carismática, Sakura acaba encantando um dos CEO's da maior gravadora dos Estados Unidos. Sua carreira estava apenas começando. Embora estivesse realizando um sonho, ela não contava que mudaria toda sua personalidade e imagem para vendere...