"meu quarto"

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• Oi galera, mais um one shot de gadri para vocês :)

• Capítulo Unico

• 2935 palavras
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Após a partida, Gavi ficou com a cara de quem viu um fantasma – não, um fantasma não, um time inteiro de fantasmas, tomando conta do gramado e comemorando uma vitória na queda do time espanhol. Pedri percebe com o canto do olho, mas primeiro ele tem que confortar aqueles companheiros de equipe que estiveram com ele em campo por cento e vinte minutos. Mais os pênaltis Ele contorna aqueles, oferecendo suas condolências e, de longe, parece que Gavi está apenas vagando pelo campo sem rumo, esbarrando nas pessoas e seguindo-as sem nenhum objetivo específico, antes de mudar abruptamente de rota, seguindo outra pessoa.

Estava estranhamente quieto no vestiário. Ninguém fez piadas, ninguém falou. Gavi desabou na cadeira e lá permaneceu até a hora do time embarcar no ônibus. Pedri naturalmente escolheu o assento ao lado dele, mas Pablo nem levantou a cabeça.

"Pênaltis, hein?" ele tentou, cutucando o ombro de Pablo. "Quem teria pensado."

"Não é engraçado," Pablo murmurou, o rosto virado para a janela.

"Não era para ser. Ei, é só um jogo."

"Mas nós estamos fora!"

A única coisa certa sobre Pablo Gavira era que ele não conseguia esconder muito bem suas emoções. A frustração escorria de seu tom de voz, e em seus olhos, ele tinha uma aparência de criança que foi forçada a comer todas as couves de Bruxelas em seu prato. Pedri estava quase esperando que ele estufasse as bochechas ou fizesse algo parecido que apenas completasse seu ar de garoto petulante. Mas Gavi se recusou a olhar para ele enquanto mantinha os olhos fixos no mundo fora do ônibus.

Pedri colocou a mão na coxa de Gavi. "É assim que funciona", disse ele com firmeza, baixando a voz. Ele não precisava de ninguém por perto para ouvi-lo dando uma palestra estimulante para Gavi para a qual ele não tinha qualificação, já que ele também nunca esteve na Copa do Mundo.

Pablo lançou-lhe um olhar. Ele parecia quase assustado com a simplicidade da explicação. "E o que acontece agora?"

Pedri podia contar cada fio de cabelo dos arcos das sobrancelhas de Gavi e cada cílio de seus olhos castanhos arredondados. Ele quase podia sentir as vibrações nervosas que Gavi às vezes emitia, especialmente quando estava excitado, ansioso ou frustrado; era como se o ar ao seu redor estivesse cheio de uma estranha forma de eletricidade. Ele não ficaria surpreso se tocasse a pele nua de Pablo e realmente sentisse uma picada de choque elétrico. O menino tinha uma energia efusiva dentro dele, e isso transparecia; às vezes por sua energia transbordante nos treinos, às vezes por seu nervosismo antes das partidas, quando não conseguia ficar parado e tinha que andar de um lado para o outro no vestiário e no corredor. Em momentos como esse, Pedro só queria poder envolver o menino em um cobertor úmido e frio, e sentir a energia febril evaporar, para o bem de todos ao redor.

"Nada. Vamos de novo em quatro anos."

"Bem, isso é uma merda."

Pedri deu um aperto na coxa, como advertência. Ele certamente não queria que os dois parecessem ou soassem como pirralhos mimados que não apreciavam o suficiente a mudança colocada na partida por seus companheiros de equipe mais velhos e experientes.

"Sim, isso é uma merda," ele admitiu baixinho, encolhendo os ombros. "Acontece. Tenho certeza que o patrão vai nos dar uma palestra."

"O que é bom para agora", Gavi soltou uma risada desesperada. Agora, Pedri adicionou pregos ao aperto, e deve ter funcionado porque Gavi olhou para ele quase com medo.

Dia 17- GadriOnde histórias criam vida. Descubra agora