Domingo ( CAPITULO 1 ) - De volta às aulas

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Estávamos no gramado de casa, sentados, agarrava a grama úmida como os dedos, a noite estava linda, com o céu estrelado, o clima era tranquilo e refrescante, podia sentir a brisa acariciar minha pele e meus cabelos, nada realmente importava naquele momento, uma paz que era de se admirar, talvez não tenhamos esse momento outra vez. Olho meu amigo ao meu lado:

- Ei! Edi amanhã já começa as aulas... nossa o tempo passou rápido - ainda conseguia ver a gente correndo por aí, quando nossa preocupação era o dever de casa - como você está se sentindo em relação à escola?

- não sei não, ao mesmo tempo que estou pensando nas gatas que devem ter, mas também tô pensando nos gorilas... - não consegui me segurar e caio em gargalhadas - Porque você tá rindo?

- nada eu só achei engraçado na "verdade" que você acabou de falar - dei bastante entonação quando disse verdade, porque de fato ele não estava mentindo.

- humm... você tá rindo é da minha cara, isso sim, mas deixando isso de lado como você pensa que deve ser o terceiro ano? - parece ser legal, mas quando imagino, vejo um zoológico lotado de macacos, jogando bosta um na cara dos outro.

- que nojo, nem quero saber o que se passa na sua cabeça - Edi gargalhou, seu sorriso era cativante.

- Tá vendo, agora é você que tá rindo de mim.

- o ruim é que é verdade! - Rimos, como definir o Edi, o melhor vizinho que alguém poderia ter, além de um ótimo amigo e de ser muito bonito, moreno, corpo definido, mesmo não fazendo nada ( o que me dava raiva ), olhos verdes claros e cabelo preto liso.

- vou voltar para casa agora, temos que acordar cedo amanhã. - sim, sim. Qualquer coisa se já sabe - disse Edi movimentando a mão como se estivesse ligando e desligando uma lanterna.

Aceno com a cabeça entendendo o que ele queria passar, já era de nosso costume mirar a luz da lanterna pela janela para acordar o vizinho, conversar, escapar durante a noite ou qualquer coisa do tipo, no começo era só mais uma das formas de incomodar durante a noite, mas acabou virando hábito não sei quando começou, mas ajuda bastante.
Acordei logo cedo com um barulho vindo da janela, era Edi pulando a janela do meu quarto, ele já estava preparado para escola.

- vamos, vamos, já tá na hora - ele disse passando a cabeça e uma das pernas ao mesmo tempo.

- tenho porta sabia? - falo com resquícios de sono e me aconchegando ainda mais nas minhas cobertas.

- pela janela é mais rápido, e não tem ninguém na sua casa mesmo. Ele caminha até a minha cama e começa a puxar meu cobertor. Como se já soubesse que se dependesse de mim eu nunca levantaria.

- não faça isso!!!

- Porque não? Já era para estar de pé.

- Pare de puxar!!! - era como se a gente estivesse travando uma guerra, para ver quem sobreviveria.

- porque???

- porque... E..u tô sem roupa - ao terminar minha fala ele solta rapidamente, quase caindo para trás.

- hummm.. aposto que seu corpo é bonito- Ele sorriu de canto de boca - Tá bom vai mais rápido. Já era para estarmos saindo, e o ônibus vai chegar logo logo.

- Vire de costas, e nada de espiar! - nunca faria isso Alex. - senti um tom de sarcasmo em sua voz. Pulei da cama ainda enrolado nas cobertas. Foi direto ao banho, ao sair peguei uma camisa branca da escola, uma calça preta e um tênis branco com listras pretas. Volto para o banheiro à procura do meu colar, ele estava em cima da pia, nunca saio sem ele, foi um presente da minha mãe.

O homem de papel ( Em Revisão )Onde histórias criam vida. Descubra agora