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NOAH URREA P.O.V.


Dou partida no Mitsubishi Eclipse verde-limão e acelero no trajeto criado por um estacionamento abandonado. Vou trocando a marcha conforme meu pé pisa no acelerador e o carro pede mais potência.

90, 100, 110, 140...

Quando vejo o velocímetro marcar 225 km/h, perco o controle do carro e tenho que freiar enquanto o carro roda ainda com as rodas no chão.

- Droga! - Falo dando um soco no volante quando o carro finalmente para.

Nunca consegui fazer uma boa corrida quando passa dos 225 km/h, porém tento mudar isso todas as vezes que venho aqui.

Ainda decepcionado, dirijo o carro até a oficina em que estou trabalhando para trocar de carro e pegar minha F-150.

Depois que saio da oficina, dirijo por 10 minutos e vejo a placa "Beauchamp's Mercado e Lanchonete" no final da rua. Então, estaciono e vou em direção ao local.

- Atum com pão branco sem casca? - A loira pergunta, assim que me sento em frente ao balcão, deduzindo que eu iria pedir o mesmo de sempre.

- Como tá o atum? - pergunto abrindo uma revista que trouxe comigo.

- Todos os dias você vem aqui e pergunta "como está o atum?". Estava horrível ontem, estava horrível anteontem. E, adivinha? - Ela pergunta e sorri de canto. - Continua igual.

- Eu quero atum. - Sorrio e cruzo os braços por cima do balcão.

- Pão sem casca?

- Exatamente.

A garota para de anotar algo e vai para a cozinha.

Atrás de onde ela estava, tinha uma divisória de tela vazada que se tem acesso para ver o que estava do outro lado. Vejo um homem loiro se levantando e pegando uma cerveja.

Começo a observar para ter certeza de que é quem estou procurando, e quando ele vira para frente fazendo contato visual comigo, não tenho dúvidas. É Joshua Beauchamp.

O homem rapidamente desvia o olhar do meu, e vai em direção da mesa em que estava.

Quando Josh se senta, Sina aparece pondo o prato com o sanduíche de atum na minha frente.

- Obrigado!

Dou a primeira mordida, e Sina vira a revista para ela, que estava em uma página sobre motores. Ela troca de página, e visualiza o carro verde-limão que agora a pouco estava dirigindo.

Olho para ela, que parecia que iria falar algo mas foi interrompida por um barulho de carro.

Me viro para a rua e vejo quatro carros estacionando em frente a lanchonete.

A primeira a sair de um dos carros é uma morena alta.

- Não adianta, Alex. Não tá funcionando. - Fala um homem saindo de uma Maxima 1995.

- É o mapa de combustível, tem um buraco sinistro. - O outro rapaz, que deduzo ser Alex, vai de encontro com ele. - É por isso que queima muita gasolina de terceira, Bailey.

Eles abrem o capô do carro e começam olhar o motor.

- Eu avisei. - Um rapaz alto se junta aos homens acompanhado da morena. - Tinha que afinar isso.

- Ajustei o pulso de injeção em um milésimo de segundo. - Alex explica depois de mexer em algo. - Acerte o timer do nitro e ele vai voar.

De repente, Bailey pega no rosto de Alex e o faz virar novamente para a rua, apontando para a minha caminhonete, me fazendo virar para a loira rapidamente.

Tento prestar atenção apenas em Sina, mas se torna impossível não ouvir eles conversando conforme vão chegando perto da entrada da lanchonete.

- Qual é a desse otário? Ele é viciando em sanduíche? - Bailey pergunta.

- Não, ele não vem aqui pela comida.

- Relaxa, cara. - A mulher tenta acalmar o amigo. - Ele tá vendendo peças para o Bruce.

- Eu sei o que ele tá querendo.

Ouço os passos ficarem mais pertos.

- Ele tá querendo é ver a Sina pelada.

- E aí, galera? - Sina cumprimenta o pessoal que está atrás de mim.

- Tudo bem, Sina? - A morena fala com a loira e depois vai em direção a porta que dá entrada a onde Josh está. - Oi, Josh. Quer beber alguma coisa?

Joshua apenas levanta a latinha e a mulher sai de lá.

Bailey senta ao meu lado, empurrando o porta guardanapo na minha direção. Ele começa a me encarar e eu sustento o olhar até ouvir Sina o chamando.

- Bailey! - Ela o chama novamente.

- O que foi?

-  Quer alguma coisa? - Sina pergunta impaciente.

Bailey a olha dos pés a cabeça

- Você está bonita.

Esse comentário me faz revirar os olhos e levantar.

- Obrigado, Sina! - Coloco o valor do pedido no balcão. - Até amanhã.

- Até amanhã.

Saio do local e vou em direção ao carro.

- Aí, cara! - Continuo de costas para o homem que me chama raivoso. - Vá comer em outro lugar. Você pode comer x-burger e batata frita pela metade do preço no FatBurger.

Me viro para olhá-lo e vejo que é Bailey.

- Gosto do atum daqui. - Falo e continuo indo em direção a caminhonete.

- Mentiroso! Ninguém gosta do atum daqui!

- Bom, eu gosto. - Dou de ombros.

Quando vou abrir a porta do veículo, sou empurrado bruscamente contra o mesmo. Me viro e dou um soco na cara do homem.

Bailey se recompõe e me joga novamente contra o carro e depois estamos no chão trocando socos.

O homem segura meu rosto e dá socos sem parar, mas consigo inverter a situação e ficar por cima.

Enquanto bato no cara, sou interrompido por Josh que me tira de cima de Bailey e me empurra contra o carro da morena.

- Foi ele quem começou. - Me justifico com as mãos pra cima.

- Pois agora é minha vez! - Beuachamp fala com raiva com o rosto perto do meu, tentando me intimidar.

Bailey tenta me bater de novo mas Josh fica entre nós, e um de seus amigos o puxa para longe.

- Relaxa! Não me provoque! - Josh diz irritado com o dedo na cara de Bailey. - Você me envergonha!

- Vai embora. - O homem alto o escolta até dentro da lanchonete.

- Alex, me dá a carteira.

Quando Josh pega a carteira na mão do outro cara loiro é quando percebo que a minha não está em meu bolso.

- "Noah Jacob Urrea". - Josh lê minha carteira de motorista em voz alta. - Parece nome de assassino. Você é assassino?

- Não, cara. - Balanço a cabeça.

- Nunca mais volte aqui! - Josh empurra a carteira em meu peito.

- Cara, isso é uma palhaçada!

Josh, que estava indo em direção aos amigos, volta com raiva.

- Você trabalha com o Bruce?

- A pouco tempo.

- Está demitido!



×××   

oi, gente! sou a yhas

espero que gostem da história <3


IN THE NAME OF LOVE × NOARTOnde histórias criam vida. Descubra agora