Capítulo 35

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"O coração segue funcionando em meio ao terror inquestionável".

— Charles Bukowski

O híbrido sorriu com a cena que se desenrolava na sua frente, com as presenças ilustres que estavam sentadas na mesa que ficava no centro da sua cozinha

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O híbrido sorriu com a cena que se desenrolava na sua frente, com as presenças ilustres que estavam sentadas na mesa que ficava no centro da sua cozinha. A mansão Mikaelson parecia diferente, talvez fosse o fato dele esta enxergando um certo pertecimento naquele ambiente, algo espontâneo, sem a existência de uma sensação forçada. Pai e filha, conversavam contentamente enquanto desfrutavam de um doce antes da refeição. Uma verdadeira cena de filme, ensaiada e roterizada, transmitindo uma interpretação errada da original se fosse um rameke do futuro familiar.

De longe pareciam despreocupados, contando vantagens que beiravam a desvantagens. Em ritmos que cada vez apontavam que a cena na sua frente era uma ilusão sublime do que queria. Porque num piscar lento e olhando mais de perto, era um interrogatório que realmente acontecia ali. A curiosidade do seu sogro não tinha fim e a vontade de dar um basta era gritante. Mas mesmo assim, o seu sorriso não se desfazia e apenas sorria, não era algo que o irritasse profudamente, só superficialmente. Mas o que custava ser tolerante e aceitasse as versões editadas que a sua amada filha o fornecia?

Tinha que estranhar a convivência duvidosa que antes existia naquele espaço. Segurou firmemente a vontade de bufar, será que ele não conhecia o ditado "O que os olhos não ver, o coração não sente", e a potência dele em alguns casos. Reconhecia que no lugar faria a mesma  coisa, porém nem tudo precisava ser dito. Estava provando do seu próprio veneno e não estava gostando de ser alvo de desconfiança.

Era inevitável não revirar os olhos, lembrando a cada segundo que seria errado hipnotiza-lo para que ele o aceitasse. Se fizesse isso e num futuro próximo descobrissem poderiam ficarem ainda mais chateados com a sua atitude e não seria um comportamento natural. Porque na cabeça de alguém tudo tinha acontecer "Naturalmente, eu não quero ver você chorar", cantarolou na sua última linha de pensamento. Se convencendo que o caminho mais difícil, talvez fosse o mais fácil.

A aceitação tinha que ser genuína, sem força-los a nada.

Bufou impaciente, teria que viver todo o processo e correr o risco de não conseguir. Por um segundo o híbrido tentou não se importar, por um minuto a sua mente recordou-se dos por quês e comoçou a fazer isso em curtos períodos de tempo. Por uma hora inteira ele começou a pensar que a normalização por um momento passaria habitar naquele lar. Eles poderiam fazer isso funcionar, o híbrido realmente considerou a hipótese. Criar um lar que o seu filho pudesse crescer em paz e que começaria assim com tentativas. Ofereceria esse almoço de familização que tinha tudo para ser normal como o começo de uma nova Era, não é isso que as famílias fazem?

Almoçam juntas.

Conversam por horas intermináveis e não se importam com o tempo e nem com os defeitos dos integrantes. Sabia que estava começando a exagerar, os parentes as vezes eram os primeiros a te apunhalar pela costas.

Unconquerable | Klaus MikaelsonOnde histórias criam vida. Descubra agora