1. What is your emergency?

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CAPÍTULO 1 - QUAL É A SUA EMERGÊNCIA?


Minha cabeça dói.

Sinto como se houvesse um martelo batendo constantemente no meu cérebro, tentando abrir minha cabeça no meio. Nunca tomei uma gota de álcool, mas acredito que uma ressaca deve ser assim. Pelo menos foi isso o que os meus livros me disseram.

Ressaca não é algo legal.

O único verdadeiro problema é que eu não bebo, não uso drogas - bem, não uso drogas ilícitas -, basicamente não faço nada que poderia me causar uma dor de cabeça. Mantenho meus olhos fechados e puxo o ar com força, sentindo meu corpo cansado. Talvez eu tenha sido atropelada.

Isso explicaria todas as dores que estou sentindo.

Tento respirar mais algumas vezes, pensando na onde está o dipirona.

Segunda gaveta na cozinha

Abro os olhos rapidamente, encarando o teto branco. Me mantenho parada e com os olhos fixos naquela pontinha preta ao lado da lâmpada. Consigo ver o sol nascendo, ou quase isso. A luz está apagada, mas raios claros entram pela pequena janela na parte superior da parede.

Estou na lavanderia.

Solto o ar dos meus pulmões, ainda sentindo minha cabeça latejar.

Podia jurar que tinha ouvido alguém falar, mas isso é impossível. Primeiro que aparentemente eu estou sozinha aqui, e segundo que... Bem, não tenho um segundo motivo. E para falar a verdade nem mesmo o primeiro é bom.

Escutar vozes meio que é o meu lance, se é que posso chamar assim, mas desde que comecei a tomar meus remédios, aos quinze anos, raramente elas se fazem presentes, e no geral consigo esquecer que sou mentalmente instável.

E um pouquinho louca.

Tudo bem, totalmente maluca.

Triste realidade.

Me sento no chão, piscando os olhos algumas vezes até me sentir levemente melhor. Preciso de algo para a dor de cabeça, e acho que preciso de café. Um café forte e quente, com um pouco de creme e muito açúcar.

Açúcar sempre melhora o meu dia.

Me forço a levantar, sentindo a minha boca seca. Não sei como vim parar na lavanderia, mas isso nem é tão importante assim: coisas estranhas geralmente acontecem comigo. O mais importante é saber que horas são, e se eu não perdi a ligação do Sasuke.

Deslizo a mão pela minha bunda a procura do celular no meu bolso traseiro, mas não o encontro.

Ele sempre me liga um pouco antes das oito para saber como estou, e por mais triste que seja, essa é a melhor parte do meu dia. Não sei quando isso se tornou uma coisa fixa, não sei nem mesmo porquê ele continua fazendo isso, mas sei que preciso desse pequeno contato, com a única pessoa que não me olha como se eu fosse uma maníaca doida para beber o sangue de alguém.

Aposto que um vampiro seria tratado melhor do que eu.

Não que eu possa culpar as pessoas, afinal, ninguém quer ficar perto de uma louca. Nem mesmo eu quero. A maior parte do dia fico envolvida nos estudos, cozinhando alguma receita maluca ou tentando fugir de mim mesma.

E por mais que Sasori chegue sempre antes das dez, ainda assim a melhor parte do meu dia é ouvir a voz do delegado.

Tem alguma coisa muito errada comigo.

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