Capítulo Cinco - 04:00 PM

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Gavi não sabia explicar o porquê, mas assim que se sentou na mesa pra responder a coletiva de imprensa, o último compromisso antes da folga, ele procurou pela jornalista dos cabelos coloridos.

Tentou disfarçar pensando na resposta pro que tinham perguntado, mas seus olhos na verdade escaneavam os muitos abutres ali a procura dos olhos castanhos gentis e das mechas de por do sol.

Mas ela não estava ali.

Ele não sabia, mas Ana Liz não estava ali porque estava vendo o jogo de Brasil e Suíça num estádio a alguns quilômetros dali e digitando freneticamente em seu celular.

Mas como não fazia ideia disso e a entrevista tampouco o chamava muita atenção, ele continuou procurando por ela. Qual é, a menina tem cabelo colorido não deveria ser tão difícil encontrá-la.

Assim que foram liberados da entrevista, Gavi voltou pro hotel junto do resto do time espanhol, alguns dos meninos se espalharam em direção a piscina, outros de volta pra sala de jogos, alguns poucos, em especial os que tinha esposa e filhos, voltaram para os quartos.

Mas ele ficou no hall de entrada. 

Se a jornalista estava hospedada do mesmo hotel que ele, uma hora ou outra ela teria que passar por ali e então ele a veria. Mas seu plano não era apenas aquilo, ele ainda tentaria encontrá-la nas redes sociais e precisava da recepcionista pra isso.

Ele iria descobrir quem era a jornalista dos cabelos coloridos ou não se chamava Pablo Gavi.

E o jeito mais fácil, talvez pouco ortodoxo, de conseguir descobrir era pelo hotel. A informação mais concreta que ele tinha era que a menina estava no mesmo hotel que ele, então o hotel era sua melhor fonte.

- Bom dia - ele se debruçou sobre o balcão com um sorriso inocente

- Bom dia, como posso ajudar? - a recepcionista falou com o tom polido e profissional

- Eu... Preciso saber uma informação sobre uma outra hóspede.

- É parente ou relacionada sua? - ela não tirou os olhos do computador

- Hmm.. não, mas eu preciso saber sobre ela.

- Se ela não é relacionada a você, não podemos dar nenhuma informação.

- Eu preciso saber o nome dela, moça! - Gavi insistiu no balcão, quase implorando

- Senhor, esse tipo de informação é confidencial - a jovem catari atras do balcão continuou - Não podemos dar informação de nenhum hóspede, não importa quem você seja. É antiético!

O jogador suspirou pesado, absurdamente frustrado, ele só precisava do nome dela, não queria mais nada, só um nome.

- Moça... - ele chamou de novo - Eu... Não quero uma lista de todos os hóspedes nem dados deles, não quero nada demais, eu só... eu só preciso do nome de uma hóspede, uma só. Nós nós vimos algumas vezes e eu... - Gavi tentou pensar rápido - eu tô apaixonado por ela e ela não me disse o nome dela, mas eu... Preciso saber quem é ela, moça, por favor

Seu tom era suplicante, não estava realmente apaixonado, mas fervia de curiosidade, algo o dizia que tinha que descobrir.

- Apaixonado? - a palavra foi o que chamou a atenção da recepcionista

- Isso 

- Eu... - ela hesitou e suspirou - Quem é a garota?

- A do cabelo colorido, ela... Eu não sei o andar, só sei que ela tá aqui e tem o cabelo colorido, um por do sol, o cabelo dela é um por do sol.

Mi Loco Atardecer - Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora