enterrando versos com açúcar e sal

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quando peguei o trem para plutão, pensei que tudo iria finalmente desaparecer. minha existência poderia eclipsar, doaria à lua todos os meus sentimentos e ao sol, todos os restos da minha insípida carne (a derme fustigada, epiderme corroída, a hipoderme apossado de vestígios de minha omoplata atravessada, meus ossos, já decompostos em cacos e minhas cartilagens, as quais um velho deus do inferno teria o apreço de catar na esteira da máquina de destruição).

mas isso não aconteceu, maldito seja aquele feixe de luz. maldito seja a porra do velho deus. maldita seja a sensação mortalmente estelar que eu tive quando pude ficar perto de você.
você foi tão esperto que nem pude encontrar pedrinhas nas estradas para te caracterizar, seu metaformo metafórico!

lembro que fiquei surpresa quando você me contou que na verdade, tudo isso tinha vindo de um sonho, onde você não era você. era um bicho-pau, phasmatodea, como você cientificamente gosta de falar; depois, um super-herói meio metido, como você costumava dizer. no fim, a gente sempre temeu o destino mas saiba que sempre te achei genial, fossem por seus guarda-chuvas onipotentes de tom fosco e monocromático com ópticas físicas ou pelo estoicismo presente na sua existência contemplativa para a minha brisa existencial.

quando te dou as mãos e me deito sob um foguete sem parada final, fico frenética com a energia cinética que exala de nós dois, de mim e de você.
em perfeitas explosões de “s” e “y” com significados abstratos que resolvi te explicar para completar essa nossa reta final, que vai além da matéria, além do mundo que chamamos de real.

s; sonoridade sucessiva de sentimentalismo poético com gotículas alienadas humanamente sudoríparas de sal que te mandei na noite em que me vi te esperando.
y; três curvaturas, linhas planejadas que remetem à "eu amo você", na minha língua natal. ou como você costuma dizer, escama família celular.
e como gosto de dizer:
é brilho certeiro do feixe-dragão que exala de você.

🤍

(um simples desenho abstrato não relativo da tua menina para você

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(um simples desenho abstrato não relativo da tua menina para você.)
(e novamente, obrigada por essa tua capa sem igual.)

céus, não tenho nem palavras para descrever o que foi escrever isso aqui... além de alegar que minha escrita é pobre e totalmente infantil, é claro. foi a coisa mais genuína que consegui escrever, a coisa mais concreta nesse meu mundo de geleias e conceitos do que vejo como ideal.
rei, te prometo, vou escrever nas geleiras da antártica ou até mesmo no chão de terra da esquina: y.s.k.e. (eu vou te amar pra sempre).
obrigada por atribuir sentido ao meu mundo. 🤍

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𝄖 microestruturas no mundo quântico ✧ newjeansOnde histórias criam vida. Descubra agora