‹⟨ 26: O despertar do Dragão ⟩›

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Yen

Água adentra minha boca, tento subir para a superfície mas sou puxada pela correnteza. Puxo o ar com dificuldade nos poucos momentos que consigo chegar acima da água. Estendo meu braço e consigo agarrar a grama próxima, cravando minhas unhas para não ser levada, me arrasto para fora do rio de musgo. Bato minhas costas no chão exausta. Não tenho muito tempo até a dor na minha barriga lembrar de tudo que aconteceu nos últimos instantes. Ponho minha mão sobre a ferida aberta, onde a cada pressão tenho a impressão que mais sangue escorre se misturando com a minha roupa molhada.

Na água, avisto Vivian desmaiada sendo levada pela correnteza. Estendo meu braço para pegá-la e a puxo para terra firme. Respiro, buscando fôlego e forças para levantar. A mulher desacordada cospe água, expelindo tudo de seus pulmões não antes de voltar para o seu desmaio. Que ótimo... Levanto, cambaleando. Cuspo a água misturada com o ferro do sangue da minha boca. Meus olhos com certeza brilham quando uso meu poder para conseguir curar a ferida na minha barriga. Isso vai exaurir minhas forças. Saio dali, mancando e me apoiando no que consigo encontrar pela frente.

No campo de batalha, o que vejo é a morte

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No campo de batalha, o que vejo é a morte. Crianças largadas ao lado de seus pais mortos, famílias destroçadas, corpos de magos e feiticeiras, o som de mosntros devorando suas carnes até sobrar apenas os ossos manchados.

alguém... Alguém me escuta? Preciso ir para a linha de frente... Mais deles estão chegando da floresta, não podemos desistir!

Olho para trás, vendo a muralha ser completamente invadida e dominada pelas formas dos corvos. Em meio a névoa em minha frente que se dissipa agora, dois soldados com o símbolo da bandeira da casa Haveron se erguem. Esses dois corvos avançam com suas espadas. Arqueio meus dedos, o pescoço do primeiro quebra e ele caí, faço o mesmo com segundo passando pelos dois mortos. Faço isso com gosto e raiva.

tem alguém aí? Por favor... Alguém responda! Tem alguém vivo?!

Continuo meu caminhar desajeitado e cansado. Com a mão onde estivera antes cravada a adaga, continuo enquanto mergulho na fumaça da névoa. O dia se seguiu, até a noite cair sobre nós e não parei de chamar e clamar por sobreviventes.

—Ayo... Preciso de você!

Castiel

Deitado sobre trapos de panos, em frente a uma fogueira que é o único ponto de luz na noite, cercado por árvores, uma mão feminina estende uma tigela com um líquido estranho. Bebi fazendo cara feia.

—tem gosto de merda...

—huh—ela ri—já provou merda pra saber?—tudo embaçado, sem conseguir ver seu rosto—está gangrenando. Precisei neutralizar as toxinas—fica mais próxima, revelando o rosto de Yen.

—tem magia aqui...

—seu ferimento é perigoso, mas você irá ficar bem. Você foi salvo pelo seu pulso, quatro vezes mais lento que de um humano normal.

As Crônicas de Fogo e Sangue: Hunter Onde histórias criam vida. Descubra agora