Inflexão (MadaSaku)

58 - Confiança e Admiração

Nota do Autor

Hello everyone!

Essa é a primeira parte do arco do primeiro casamento. Cada capítulo abordará algo desenvolvido entre o casal, seja um sentimento, sensação ou acontecimento.
Quero lembrar que Inflexão busca respeitar tanto quanto possível as questões culturais japonesas. Então, coisas como contato físico exagerado não são comuns ou bem vistas em público. Porém, não me deterei demais em especificar as vestimentas ou passo a passo da cerimônia. A questão aqui é a interação do casal, o que se passa com eles.
Essa primeira parte teve alguma discussão de clã, mas nos próximos passaremos apenas ao MadaSaku.
Ah, eu quase ia esquecendo: vestido de Sakura tem detalhes em dourado e Azul, assim como o haori de Madara é azul e não preto.
Me avisem se algo prejudicar a sua leitura, que consertarei assim que possível.

PS: Começarei a responder a todos, queridas (os), estava escrevendo e não conseguia parar kkkk

Aproveitem!

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Madara dirigiu-se (oculto em seu henge), junto do ancião Yoshi, para a tenda montada no pátio central do bairro do clã. Dentro dela, ouvia as instruções dadas pelos monges à Fugaku. Prestou atenção a tudo, como se ele também fosse casar-se aos moldes tradicionais.

Alguém poderia pensar que ele o fazia apenas porque não havia mais nada que fazer ali naquela tenda praticamente vazia. Havia seda branca e azul em grande quantidade e esvoaçando com o vento ainda fria da manhã de primavera. As cristas Uchiha foram costuradas de fora a fora, uma ao lado da outra e em grande quantidade. Eram pequenas e delicadas para contrastar com a maior, que ficou situada bem ao meio da tenda.

Ambos os casais de líderes deveriam dispor-se assentados em seiza, lado a lado, e o leque Uchiha ficaria entre eles. Seria uma bela cerimônia, ele não tinha dúvidas. Entretanto, sabia que a única coisa que de fato chamaria sua atenção, era a sua noiva.

Quem diria que, um dia, seu eu mais velho se prestaria a isso apenas para não decepcionar a jovem Senju?

Tudo aquilo lhe colocava um sentimento potente no peito, o de que, de qualquer forma, "Promessa" ou cerimônia tradicional, estava se comprometendo com ela. Não deveria ter chegado a tanto, pois não poderia prover a ela o que lhe era de direito: uma vida segura e feliz até que os kami decidissem levá-los da existência.

Essa reflexão fez o Uchiha esmagar as mãos em punho sobre as coxas, no lugar onde assentava-se. Tudo teria que mudar em seus planos e ainda assim seria bem longe da vida segura e feliz que sua flor merecia.

'Você não pode trazê-la, Madara, sabe que, por mais que ela concordasse, mais cedo ou mais tarde, seria infeliz por ver toda a sua família e amigos presos à árvore. Além do mais, como seria isso?: Vocês teriam filhos e onde os criariam? Ao invés disso, pediria a ela que vivessem solitários guardando a árvore, eternamente? E quando ela morrer, o que será de você?'

Os pensamentos o assombraram. Deuses, o que ele estava fazendo? Como cumpriria com sua palavra, sendo que todas essas coisas certamente aconteceriam em decorrência?

A saliva pareceu amarga em sua boca. A amava, mas não poderiam ficar juntos. Isso era impossível.

[...]

As famílias de Fugaku e Mikoto foram as primeiras a dispor-se assentados ao redor de ambos, em seguida, ele viu chegando o sannin de cabelos brancos e a Senju, esta, nitidamente de mau humor. Quando ele recordou-se de que seu lado seria muito solitário, seu ombro foi tocado por um aperto firme de mãos enrugadas.