Meu Coelhinho... (Jikook Híbrido)

Especial de Natal

Eu falei que eu vinha!
Feliz Natal pessoal!

Aliás, temos uma nova capa! Muito obrigada AURora Grapx pelo presente maravilhoso! Você não tem ideia de como me tocou...

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- Jungkook?
A voz do Jimin me acorda e me espreguiço devagar, durante a noite nosso menino tinha dado problema, então acabei vindo vigiar ele de perto para que meu humano não precisasse acordar; os últimos dias tinham sido corridos para ele, mesmo estando tão perto do natal.
Dou uma última cheiradinha no bebê, que dormia tranquilamente no berço, acho que não ouviu seu pai gritar, que bom. Pulo para a poltrona sem muita dificuldade e de lá para o chão, seguindo o barulho dos resmungos do meu marido. Jimin tinha mania de ficar resmungando pelos cantos, eu achava um hábito fofo, me ajudava a localizá-lo sempre que queria.
Cuido para que Jimin não me visse quando eu entro no quarto, só pela diversão de observá-lo procurar pelas suas roupas dentro do armário, as férias dele começam hoje, menos de uma semana para o natal, eu já estou desde o início do mês; as coisas ficaram um pouco apertadas chegando no fim do prazo de entrega de um livro, então peguei férias mais cedo para dar apoio ao meu marido e cuidar de nosso filho. Bem caseiro eu, né?
Bem… marido… Já faz 5 anos, mas a palavra ainda coça na ponta da minha língua, causando uma sensação agradável de euforia, ainda mais quando estou olhando meu pedaço de mau caminho.
A Coréia do Sul não permite casamento homessexual, o problema não seria eu ser um meio-coelho-meio-humano, seria eu ser gay… mas enfim. Tivemos que contornar esse problema indo para outro país e uma breve pesquisa no google tinha revelado que cerca de 33 países permitiam que nos casássemos, entre eles: África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Malta, Noruega, Portugal, Reino Unido, Suécia, Suíça e Taiwan.
Foram várias noites pesquisando sobre os países e vendo fotos, obviamente não faríamos apenas um bate-e-volta, faríamos uma viagem de verdade! Seokjin e Namjoon nos ajudaram bastante nesse processo, apesar de terem acontecido algumas divergências entre os dois que me fizeram algumas vezes achar que eles terminariam ali, bem na nossa frente. Seokjin queria que nos casássemos em Paris, algo sobre a cidade do amor; Namjoon dizia que isso seria muito clichê e que deveríamos ir para o Brasil, ele inventou várias razões para isso, mas acho que no fim ele só queria viajar para lá mesmo. Nem preciso dizer quem ganhou essa discussão, não é?
Acabamos prometendo para o Nam que um dia iríamos todos para lá e, pelo bem de seu relacionamento, ele desistiu da sua oposição à Paris. Destino decidido! No entanto, o Jin se empolgou tanto com a ideia de termos nosso casamento em Paris que pediu (basicamente nos obrigou) a deixá-lo preparar tudo; Jimin não viu problema nenhum com isso, seria uma surpresa, ele disse. O problema é que surpresas podem não dar certo, mas não ia ser eu quem ia falar uma coisa dessa, ainda dou valor à minha vida! Seria praticamente declarar minha morte discordar de qualquer coisa nessa situação.
Algum tempo depois já apareceu o primeiro problema: o Jin marcou nosso casamento para o dia 15 de maio. Tá, mas qual é o problema com isso? Reuniões, impossíveis de desmarcar. Da minha parte, a empresa teria um lançamento no dia 1 de junho, então as duas semanas seguintes ao casamento seriam de extrema importância; Jimin também teria suas próprias complicações com essa data, algo sobre sua série de livros ser transformada em filme, nada estava definido ainda, mas seria provável que a produção começaria no final de maio.
Confesso, tive que me segurar para não falar nada que fizesse Jimin (ou Jin) puxar minha orelha.
Nossa solução ao problema foi um tanto… incomum, acho; resolvemos fazer a lua de mel antes do casamento, assim poderíamos voltar para casa a tempo de resolvermos nossas pendências. Não sei dizer se Seokjin ficou exatamente satisfeito com essa situação, mas foi a opção que mais nos agradou; não é como se tivéssemos esperado para a lua de mel… enfim.
Então é assim que fizemos: Nossa viagem começou ao que maio chegou. A gente até pensou em não ir de primeira para Paris, mas como só tínhamos duas semanas, resolvemos aproveitar a cidade.
Jimin se estressa bastante quando temos que viajar, acho que ele fica preocupado quando temos horários muito rígidos; o que o diferencia muito de mim, que não ligo muito para isso, eu sei que vamos chegar a tempo, então por que enlouquecer?
“- Vamos Jungkook, você tem que se arrumar!
Suspiro e me alongo. Eu estava tirando um cochilo, a correria de Jimin tinha me deixado cansado, se isso era possível. Então me aconcheguei em cima de seu travesseiro e fiquei lhe observando; eu podia ser considerado um preguiçoso por ver meu noivo correndo para arrumar as coisas sem fazer nada, mas eu arrumar minhas coisas só acabaria atrapalhando ele. E Jimin ainda arrumaria tudo de novo da mesma forma, então era melhor não fazer nada que atrapalhar.
Saltito para fora da cama até os pés de Jimin, me esfregando de leve deles. Primeiro ele resmunga, contrariado por eu não ter me transformado de imediato, mas aos poucos não consegue resistir e me pega no colo, me dando uma espécie de abraço esmagador. Resmungo por ser esmagado e me contorço, não querendo que ele realmente me soltasse. Pode-se dizer que esse é um jogo que temos costume de fazer, então Jimin continua me provocando por mais um tempo, até que me solta no chão com um leve tapinha no bumbum.
- Agora se apronte, vamos nos atrasar.
Vou até o banheiro ainda na forma de coelho e me transformo por lá mesmo, já que tinha que tomar banho. Mesmo sabendo que daria tempo para enrolar a vontade, me apressei no chuveiro, já tinha testado demais a paciência de Jimin, ele já estava muito nervoso.
Menos de uma hora depois, meu humano estava andando de um lado para o outro na frente do portão de embarque. Alguém tinha tido algum problema com o cartão de embarque e estava atrasando o voo, nada que realmente fosse prejudicar a gente.
- Jimin- Chamo a sua atenção, tentando ser gentil- Calma, meu amor; senta aqui.
- Mas se esse voo atrasar muito, vamos perder o próximo!
Suspiro e pego ele pelo pulso, cuidando para que não se machuque. Conduzo-o até que se sente em meu colo e abraço sua cintura.
- Kookie…- Jimin resmunga e mordo de leve sua bochecha.
- Se concentre no que você tem controle bebê, não mudará nada você ter um ataque de ansiedade. Nós já colocamos uma parada longa entre os dois aviões para não nos preocuparmos, lembra? E mesmo se der errado e perdermos o próximo voo, nós daremos um jeito, prometo.
Para o alívio de Jimin, não demoramos muito mais para embarcar e pudemos finalmente aproveitar nossa lua de mel.”
Aquela viagem foi maravilhosa, tivemos apenas duas semanas, mas aproveitamos o máximo que pudemos dos cafés, dos pontos turísticos e do resort, passamos uma parte interessante do nosso tempo na cama e na piscina. Mais na cama que na piscina.
De todas as atrações que fomos, minha atividade favorita foi o passeio pelo Rio Sena; a do Jimin foi o Museu do Louvre, sua empolgação foi muito fofa. Para ser sincero, a Torre Eiffel foi meio sem graça; é bela e enorme e tals, mas é basicamente isso. Tiramos algumas fotos bonitas, comemos em restaurantes com uma boa vista e fim do passeio. O ponto mais alto foi a comida, sem dúvida.
Sobre o casamento… eu estava preocupado que Seokjin tivesse preparado algo grandioso demais ou muito louco, mas, para minha surpresa, foi uma celebração simples e agradável. Eu estava tão nervoso que minha vontade era ficar escondido atrás das pernas do Jimin em forma de coelho, mas eu não acho que isso pegaria bem no meu próprio casamento… Na verdade, o momento mais angustiante foi esperar Jimin dizer aquela única palavra: SIM. No fim deu tudo certo e conseguimos nos casar oficialmente; mesmo sabendo que a Coréia não nos reconheceria como marido e marido, pouco importava, nós sabemos o que somos.
Da mesma forma que sabemos que MinJun é nosso filho, ainda que no papel apenas esteja o nome de Jimin como pai. MinJun é meu filho também, mesmo sem meu nome no papel.
Me transformo na cama, onde fico deitado nu, sem pudor algum, ainda observando meu marido.
- O que está procurando?
Jimin se assusta, o que não é mais novidade, mas nunca perde a graça. Bem, tirando quando ele fica brabo comigo, porque aí tenho que me redimir com muitos abraços e beijinhos.
- Eu tinha certeza que tínhamos uma canga de praia, mas não consigo achar em lugar algum!
- Aquela que compramos no Brasil ano passado?- Me estico melhor na cama- Já olhou na segunda gaveta do lado direito do armário?
Jimin me olha de um jeito sem graça e abre a gaveta, achando o que procurava, não é surpresa ele não saber onde guardou o tecido.
- Como está o nosso menino?
- Dormindo como um anjo agora- Dou-lhe um sorriso de canto- Muito mais tranquilo que o papai.
- Você sabe que temos que sair em uma hora para dar tempo de almoçarmos com os meninos e depois irmos para Busan.
- Qualquer coisa colocamos a culpa em MJ- Dou de ombros; era brincadeira, mas ele poderia levar a sério se ele quisesse.
- JUNGKOOK!- É… ele levou a sério.
- Vamos lá Jimin! É natal!
- O natal é só semana que vem!
- Sabe, alguém me disse uma vez que a quadra ao redor da sua casa era sua casa- Talvez a frase não era exatamente essa e talvez era sobre sair de pijama na rua, mas isso são meros detalhes- Então ao redor do natal é natal!
Jimin podia ter revirado os olhos, feito um bico e resmungado algo como “Quem disse alguma coisa dessa?”. Mas ele teve minha reação favorita: Se jogou na cama e começou a rir, a gargalhar.
Se eu pudesse escolher qualquer coisa de natal, eu escolheria que esse sorriso nunca sumisse, que Jimin nunca tivesse motivos para parar de sorrir.
- Minnie- Chamo seu apelido baixinho, nossos rostos de frente um para o outro.
- Hm?- Seu rosto fica sério, sua atenção completamente focada em mim.
- Eu te amo.
- Bobo- De novo, em seu rosto, o sorriso que eu tanto amo.
- Minnie- Chamo de novo, recobrando sua atenção- O que você acha de eu desembrulhar meu presente de natal adiantado? Aproveitando que MinJun está dormindo…
Jimin demora quase um minuto inteiro para processar minha fala. A resposta? Um tapa forte no braço e um sorriso de canto.
- Tarado.

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Esse foi um capítulo difícil de escrever. Não sei dizer se ficou bom, mas espero que vocês tenham gostado...

MC sempre foi especial pra mim, mas depois que meu coelhinho morreu, é um pouco difícil mexer nessa história sem pensar nele, sem sentir saudade e chorar. Chorei algumas vezes escrevendo esse cap, mas eu queria entregar para vocês, eu queria dar esse presente. Mais um gostinho desse mundo para quem gosta dele.

Então espero que vocês tenham gostado, que essas poucas palavras tenham deixado o coração de vocês um pouco mais quente ou, pelo menos, tirado um sorrisinho do rosto de vocês!

Feliz Natal gente!

Obrigada por tudo!