Meu turno já havia acabado, mas eu me recuso de sair do telhado. Pelo menos até o pôr do sol acabar. Como eu amo isso, como eu amo os tons alaranjados que o sol pinta o céu vasto, já deixando a lua exposta. O sol se põe no fundo, sombreado de laranja e vermelho. As nuvens negras se aproximam com o vento leve e suave do tardar, logo a imensidão da noite se espalha. A lua já se prepara para brilhar enquanto o vento frio chega e os verdes das árvores balançam e mostram que é hora de entrar. As árvores faziam um som viciante, as folhas faziam um sonido de vai e vem.
Eu fecho os olhos, sentindo a briza fria batendo contra o meu rosto, e acabo adormecendo ali mesmo, quando abri os olhos novamente, o céu já estava escuro, e o único brilho era o da lua e das lindas estrelas.
Que momento de paz, que momento bom. É bom andar calma pelas ruas da cidade sem se preocupar como está o estado da casa, o que entra em casa, ou quem irei encontrar no meio da rua. Depois de seis anos de tortura, finalmente estou sozinha e segura. Sem ninguém para comandar a minha vida. Vou ser sincera, mas não sinto nenhuma saudade da minha antiga cidade, e eu tenho alguns motivos para isso.
Lá, eu era maltratada pelo meu pai, agora a única coisa que realmente me maltrata é minha própria mente, mas está tudo bem, isso um dia passa. Lá eu era sozinha, não tinha nenhum amigo, e as únicas pessoas com quem conversava eram minhas irmãs pela tela do celular, tentando esconder todos os meus sentimentos e hematomas. E mesmo que ainda seja meio receosa para usar coisas muito justas ou curtas, eu posso usar sem ter medo de mostrar os meus machucados. Ainda escondo o meu braço, mas eles vão passar, tudo passa afinal.
Eu chegava perto de casa com a mão no meu bolso do meu casaco largo e cinza por conta do frio que estava. Amo o frio. Eu já havia tirado minha lente e meu cabelo estava em uma tranca Quando estava na estradinha da rua, vejo... um golden. Eu abri meus olhos por completo quando vi o cachorro enorme correndo na minha direção. Eu logo sai correndo na direção contrária como se minha vida dependesse disso.
Jesus Jesus Jesus.
Eu nem sabia que podia correr tão rápido assim. Eu fui correndo por todo lugar e o bendito cachorro me seguia, parecia que eu era um osso pelo amor de Deus. Eu senti as lágrimas nos meus olhos prestes a cair e foi aí que eu caí no chão. Eu olhei para cima e percebi que havia esbarrado no Jungwon e ele me olhou confuso.
Eu nem expliquei, corri para trás dele já que o cachorro estava perto, ele começou a cheirar Jungwon e eu me escondi atrás do mesmo, totalmente assustada. Ele começou a tentar me cheirar mas eu colocava Jungwon na minha frente, e então ele começou a tentar pular em mim e foi aí que eu gritei.
- Meus Deus! Meus Deus! Sai sai sai sai! - Falei assustada e chorando um pouco. Achei esquisito que ele apenas me deixou literalmente o puxar de um lado para o outro.
Eu escutei o garoto na minha frente rir leve.
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𝖣𝗈𝖼𝖾 𝖢𝗋𝖺𝗏𝗂𝗇𝖺 ☆ 𝖸. 𝖩𝗎𝗇𝗀𝗐𝗈𝗇,𝖾𝗇𝗁𝗒𝗉𝖾𝗇 ♡︎
Fanfiction"Não dava para distinguir quem era quem no meio da multidão, só o doce aroma de rosas que pertencia a ela." Long fic 💫 Onde Kang Yari finalmente conseguiu se mudar de sua antiga casa abusiva, e conheceu seu vizinho da casa da frente, o garoto que m...