Me chamo Leblanc

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                                                       AMÉLIE
O carro veio nos buscar na manhã seguinte, exatamente as dez. Sem nenhum minuto de atraso. Victor Minyard é realmente perspicaz em relação a pontualidade. Me despedi do meu avô e o deixei aos cuidados da Sra. Mackenzie, como já era de costume.

-Não sabe como agradeço por cuidar dele. Não sei como seria sem a senhora para tomar conta desse teimoso. -Sra. Mackenzie deu uma risadinha e me abraçou.

-Não se preocupe querida, eu já aturo esse rabugento a bastante tempo. Vocês são minha família, e a família sempre cuida um do outro. -sorri agradecida e fui me despedir do meu avô.

O abracei e lhe dei tantos beijos que tive medo de deixar uma marca permanente de gloss em seu rosto . Não sei como vou fazer para voltar a Bakewell, mas não acho que vá conseguir passar mais tanto tempo longe desse lugar.

Vovô notou meu receio em deixá-lo então tentou me apaziguar:
-Não se preocupe comigo, minha criança, eu ficarei bem. E você também, procure se distrair e cuide-se. Não esqueça que a sua vida só você pode vivê-la, e só você pode decidir o que vai acontecer nela. Então viva ela como quiser, porque ela é sua e só sua. -ele sorriu e me deu um beijo na testa.

Sam deu um beijo no meu avô e depois foi se despedir da Sra. Mackenzie.
-Nós nos vemos em breve Sra. Mackenzie, adorei conhecê-la. Foi um prazer imenso.

-Ah querida, eu que fico feliz em conhecer você. Só lamento não termos passado mais tempo juntas. -Sam acenou e deu outro abraço nela.

-Não se preocupe, iremos voltar em breve, e de preferência no verão. Vamos passar muito tempo juntas e conversar bastante. -ela sorriu e colocou a bolsa no ombro antes de entrar no carro.
Então me voltei para os dois de novo, pronta para dar o último "até logo."

-Bom é isso. Nós temos que ir, vou sentir saudades todos os dias. -Sra. Mackenzie me abraçou pela milésima vez e se afastou para que meu avô me desse um último abraço.

-Olhe tenho um presente para você, queria ter lhe dado antes mas acabei esquecendo. -ele então tirou um saquinho de cetim azul do bolso do casaco. -A sua avó gostaria que ficasse com isso, ela pretendia lhe dar no futuro, quando você encontrasse seu destino. Mas já que ela não teve tempo de fazer isso, eu achei melhor lhe entregar logo. E espero que assim você consiga enfim escrever seu futuro.

Eu o abracei de novo e agradeci. Abri o tecido que era um tipo de bolsinha com um cordão para fechar, dentro tinha um colar. Um amuleto com as minhas iniciais. Era idêntico ao que a minha avó usava e nunca tirava do pescoço. Mas no lugar do M de Minyard, estava o L de Leblanc. Não entendi porque ela teria mandado gravar dessa forma, se me lembro bem, nós nunca usamos esse sobrenome. A maioria das pessoas nem sabe qual é o segundo nome da nossa família, meu pai não se orgulha muito de ter vindo de uma família humilde. Mas como diz vovô, não questione dona Margot, ela sempre sabe o que faz.

Coloquei o amuleto no pescoço e dei mais um sorriso ao meu avô antes de entrar no carro. Sebastian deu partida e nós acenamos pela janela enquanto o carro se afastava do pequeno vilarejo.
                            🌷。🌷
Quando chegamos à Londres já passava das 12h. Foram quase três horas de viagem que se passaram voando. Era como se o universo estivesse conspirando para que eu voltasse logo para minha realidade indesejada. E bota indesejada nisso, mal tínhamos chegado e eu já conseguia sentir a tensão pairando no ar, mesmo estando longe dos meus pais.

Nos aproximamos da propriedade e uma enxurrada de paparazzis nos cegando com seus flashes vieram ao nosso encontro. Eles cercavam a entrada da casa, em um alvoroço absurdo. Os portões se abriram rapidamente para que pudéssemos adentrar o pátio, eles se fecharam em seguida e o carro parou em frente a mansão.
Eu desci e Sam me acompanhou para nos despedirmos antes que Sebastian a levasse para casa.

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