Capítulo 13 - Um alfa e um beta?

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Raul foi para Julliard com Heitor e tinha iniciado uma nova fase em sua vida e eu me sentia estranhamente triste e feliz, bem... deixa tentar explicar... triste por meu amigo estar tão longe e eu sentia a sua falta, porém feliz por ele estar bem e realizando um sonho.

No trabalho, segundo o chef, o Sr. Fonseca estava admirado com a facilidade que eu conseguia aprender e estava tão entusiasmo com está oportunidade, que como Raul havia me ensinado, comecei a estudar por conta própria sobre estruturas e dinâmicas no funcionamento de restaurantes, não era um gênio como Raul, mas eu estava tentando aprender.

Eu também estava progredindo nos estudos escolares e por três vezes na semana assim que terminava meus afazeres, ia para uma das salas na parte administrativa do restaurante, que passou por uma pequena reforma para que eu tivesse as aulas com o tutor que o Sr. Fonseca havia contratado para mim. Ele era um ômega um pouco mais alto do que eu, com longos cabelos dourados que sempre estavam presos em um coque acima da sua cabeça com alguns fios soltos dando um ar displicente, mas com certo charme, sua voz era suave, porém firme. Quando o conheci, conversamos bastante para que ele pudesse me conhecer e a seguir aplicou uma prova para saber o meu nível de conhecimento e em qual ano da escola eu me encaixaria, tendo o mesmo ficado perplexo com meu grau de compreensão sobre diversos assuntos, segundo o mesmo avançados para minha idade.

As nossas aulas não eram iguais as que tinha com Raul, mas o tutor percebendo como eu me referia as aulas que tinha com ele, sempre trazia algo interessante, além de ter percebido que sou bem curioso e gosto muito de estudar e ler, assim suas aulas não eram nem um pouco convencionais e muitas vezes depois que terminava as nossas atividades, ficávamos conversando sobre outros assuntos que percebemos termos interesses em comum.

Naquele dia não teria aulas e estava finalizando minhas atividades para poder ir pra casa, quando o Sr. Fonseca apareceu na cozinha, todos pararam suas atividades o olhando com curiosidade, ele se dirigiu para mim e falou no seu tom cordial, embora mantivesse o olhar sério.

— Elias quando terminar, poderia subir ao meu escritório, preciso tratar de um assunto com você. - apenas assenti, ele saiu e todos me olharam, meu estômago se revirou e senti minhas bochechas ficarem quentes, com certeza tinha ficado corado. Será que cometi algum erro? Acabei o que estava fazendo, me troquei e fui subindo os degraus com o coração apertado.

Bati na porta com a mão tremula, recebendo autorização para entrar a abri devagar e vi o Sr. Fonseca sentado atrás de sua mesa concentrado examinando alguns papéis que estavam espalhados, ele levantou seu olhar para mim e solicitou que me sentasse na cadeira vaga a sua frente.

— Elias gostaria de conversar um pouco com você... e saber como está se sentindo com relação ao trabalho? - isso me pegou de surpresa, ninguém nunca me perguntou como me sentia.

— Estou gostando bastante Sr. Fonseca, o chef dá muitas oportunidades para o aprendizado. - falei sincero.

— Entendo. - seu olhar era sério e isso me deixava um pouco desconfortável e antes que ele continuasse, a porta se abriu e ouvi a voz de alguém.

— Já cheguei!!! - a sua voz era forte, não me virei para olhar a princípio.

— Ah, desculpe pai, não sabia que estava ocupado. - pai????? Era o filho do Sr. Fonseca, por curiosidade me virei devagar e vi um alfa parada próximo a porta, com seus cabelos negros na altura dos ombros e ele tinha grandes olhos azuis, que se viraram para me olhar e transpareceram surpresa, vi que sua boca se entreabriu de leve, meu interior se revirou com esta cena, não entendia esse sentimento e supus ser de medo, me virei novamente me ajeitando na cadeira, fixando meus olhos em minhas mãos sob meu colo. Creio que o Sr. Fonseca percebeu meu sentimento de desconforto.

Elias: Destino Inesperado Onde histórias criam vida. Descubra agora