mistletoe

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O tão esperado feriado natalício havia chegado a Hogwarts, onde as ruas se preenchiam da tal gélida neve branca e os corredores se enchiam de alegria por parte dos alunos. Muitos bruxos voltavam para casa após um longo ano mágico, finalmente descontraídos.

No entanto, com permissão dos Weasley, o trio dourado permaneceria na escola nas férias.

Nada conseguia abater a excitação do ruivo, finalmente livre da família por uma semana. Estava ansioso por se divertir com o melhor amigo e a namorada no grande evento que haveria, e pelas mesas onde se serviam grandes pratos e refeições.

Os primeiros dias passaram lentamente na sala comunal escarlate, cheios de gargalhadas, conversas, comida e jogos em conjunto com os poucos alunos que se deixaram ficar. Mas então, a grande noite chegou.

O dia 24 brilhava intensamente. Ron acordou carinhosamente o melhor amigo com um travesseiro na cara, exclamando para que ele fosse se arrumar para a festa. Dito e feito. Mesmo com a pressa do Potter, uma demora imensa ainda foi feita por Hermione, indecisa quanto à sua vestimenta. Acabou por optar por um belo vestido vermelho que lhe cobria até pouco depois dos joelhos, um cinto negro que lhe assentava a cintura, botas de sola baixa de couro e um coque desleixado.

Harry e Ron partilhavam o mesmo look casual, com calças jeans, alguns sapatos aleatórios e ambos vestiam uma camisa de lã encarnada, as duas costuradas por Molly.

Seguiram então o caminho até ao salão principal, tagarelando, de vez em quando trombando com conhecidos e brincando entre os três.

Como habitual, tudo era muito vibrante, mas confortável. Haviam doze imponentes árvores pelo salão, rodeadas de luzes coloridas que piscavam e luziam a cada segundo, enormes bolas cintilantes penduradas e, no topo, uma estrela amarela que facilmente obtia a atenção de maioria dos presentes. As paredes eram enfeitadas com fitas e viscos e guirlandas de azevinhos, também iluminadas por luzes amareladas. Nas mesas pousavam pratos e talheres e tudo o resto de louça necessária para um grande jantar, tudo bem organizado.

Já se assentavam vários estudantes de variadas casas, misturados entre as mesas compridas. Depois de apreciar e elogiar o trabalho árduo dos professores, o trio repetiu o movimento.

Uma conversa fluiu entre Hermione e Neville, enquanto Ron se deliciava com as entradas. Harry, distraído com a beleza natalícia, sequer se apercebeu de quem se havia enfiado ao seu lado.

- Muito bem, boa noite a todos - A atenção dos estudantes se centrou no diretor, que discursava na grande mesa á frente dos menores, lado a lado dos restantes professores. Só então, ao virar a cabeça, Harry se deparou com os fios loiros e a pele albina de ninguém mais ninguém menos que Draco Malfoy. O garoto havia se infiltrado na mesa junto do seu grupinho. - Antes do banquete, queria desejar um bom Natal a todos e que pro próximo ano, continuemos trabalhando arduamente. Que o banquete comece!

Cem perus gordos assados, montanhas de batatas assadas e cozidas, travessas de salsichas, terrinas de ervilhas passadas na manteiga, molheiras com uva-do-monte em molho espesso e bem temperado e, a pequenos intervalos sobre a mesa, pilhas de bombinhas de bruxo surgiram magicamente em frente dos estudantes, sempre maravilhados com cada feitiço. Ron, já com água na boca, pegou um pouco de tudo e colocou no seu prato com a mão alheia, sendo repreendido pela namorada.

- Potter.

Para infelicidade do moreno, o seu rival lhe dirigiu a palavra assim que se apercebeu da sua presença. Harry revirou os olhos, encarando o adolescente com cabelo lambido.

Como sempre, Draco portava uma feição provocadora, os lábios comprimidos em um sorriso maroto, as sobrancelhas arqueadas e os olhos cintilavam em desprezo.
Trajava roupa formal, um smoking escuro junto a uma gravata solta esmeralda. Harry não se preocupou em vereficar o que o garoto calçava.

- Malfoy. - Retrucou intensamente, os seus olhares presos um no outro.

Os dois exalavam tensão, estavam tão imersos na sua competição ridícula que sequer se aperceberam do que flutuava logo no topo das suas nucas.

Apenas quebraram o contacto visual quando um sussurro foi audível, vindo de Neville, e só então notaram que todos na mesa encaravam a cena.

- Harry.. - O garoto sussurrou, quase com terror no tom.

Alguns, como Blaise e Pansy, que estavam sentados lado a lado do loiro, tentavam segurar o riso em vão. Outros, como Ron e Lavender, separados por Hermione, encaravam os inimigos com um horror exagerado. Já Luna, ao lado da Brown, brincava com os talheres na comida enquanto cantarolava para si, totalmente desligada da situação.

Finalmente, como uma dica, Hermione levanta o indicador em direção ao topo dos rapazes. Harry segue o rumo do dedo da amiga, se surpreendendo com o que por ali voava.

Um azevinho.

Harry arregalou os olhos, desesperadamente movimentando a cabeça, tentando encontrar quem seja que estivesse com a varinha em mãos, mas nenhum objeto mágico entrou no seu campo de visão.

- Com medo, Potter? - Citou o loiro, em um tranquilo tom suspeito.

- Você desejava.

Ditas palavras, Malfoy avança para um beijo. Após selar os lábios, pousou delicadamente os seus dedos esguios no queixo de um Harry estático.

O ósculo não se prolongou mais, pelo que o trio sonserino se levantou imediatamente depois de Draco piscar o olho ao rival, não deixando ninguém proferir uma única palavra. O que não foi necessário, já que todos, com exceção de Luna, estariam vegetais pelos próximos 5 minutos.

Ao sentir os próprios lábios húmidos com a mão, Harry finalmente nota que quem portava uma varinha era Pansy.

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Oioi leitores!! Apenas vim dizer que, para quem não sabe, um azevinho é uma planta utilizada na época natalícia para decoração, mas também é tradição quando um azevinho se encontrar em cima de duas pessoas, elas se beijarem.
Feliz natal pra todo o mundo <33

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⏰ Última atualização: Dec 21, 2022 ⏰

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