Um mundo cinzento algum dia pode se tornar colorido e cheio de sabores adocicados, a angústia, a dor e a solidão podem ser cobertas por um punhado de açúcar, a vinda do sangue ao oxigênio pode ter diversos sabores açucarados que eleva a nossa dopami...
Hoje fui direto ao trabalho sem passar de manhã na cafeteria. 18:00 marcava em meu celular, o céu já se encontrava noturno. Passando na calçada da cafeteria, a porta estava fechada mas mesmo assim decido entrar, pois vejo que o lugar estava em meia luz
Akari: O café já fechou
Naomi: Sério? Desculpa eu não vi a plaquinha, hoje eu saí mais tarde
Akari: Quando fecha eu viro a plaquinha pra "fechado", e apago todas as luzes, só deixo essa acesa e já tá meio tarde pra mim também, mas as vezes eu tenho que ficar fazendo algumas coisas
Naomi: Ah então tudo bem, não precisa me servir nada, não vou ocupar seu tempo, eu nem reparei que estava fechado, desculpa
Akari: Não tem problema, eu já tô quase saindo- diz dando um sorriso meigo
Naomi: Sabe o que esse sorriso me lembrou?
Akari: Não, o que?
Naomi: Quando você sorria assim pra mim há 7 anos atrás, eu sei que você não deve se lembrar de muita coisa, mas muitas lembranças ainda ficam na minha memória, as vezes são como flashbacks. É incrível como esse seu olhar tímido e sorriso meigo não muda- solto um riso
Akari: Ah...bem- fala sem jeito
Sinto meu coração acelerado, me aproximo mais perto colocando minha mão em seu rosto e dou um selinho tímido um pouco demorado, percebo que ela não se esquiva mas também não se entrega, pela primeira vez sinto essa vontade de sentir seus lábios aos meus
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Maike: Que merda é essa!
Akari: M-Maike, calma!- se assusta ao ver o homem loiro
Maike: É por isso que você não me atendeu! Estava me traindo!
Akari: Não é isso, e-eu já disse que meu celular está descarregando rápido, eu não recebi sua ligação
Maike: Eu não vou perder a paciência com você, só vamos voltar pra casa que lá a gente conversa. Você sabe que eu te amo tanto, não sei como pôde ter feito isso comigo!- diz fazendo uma expressão dramática
Meu coração se aperta, ao saber que Akari poderia ceder a essas palavras amargas, tóxicas e claramente manipuladoras
Akari: Não...isso não é amor!!- fala em tom firme
A encaro não acreditando no que acabo de ouvir da mesma
Maike: O que você disse?- ele se aproxima em passos lentos
Akari: Isso não é amor!! O amor não fere!! O amor não destrói!!- grita com lágrimas prestes a cair
Maike: Para de falar merda! E quem é essa essa garota!- diz rudemente me empurrando
Akari: Para Maike! Deixa ela quieta!
Maike: Você é uma imunda!
Assim que vejo aquele maldito homem loiro a puxando pelos cabelos brutalmente, sinto meu coração flamejar de ódio Não! Não toque nela! Não a machuque! Desgraçado!
Olho de relance para o balcão onde havia uma faca de cozinha, ligeiramente a pego sem hesitar e corro em direção aquele homem
Naomi: Não toque nela!!- grito brutalmente
O empurro no chão e começo a esfaquea-lo depositando toda a minha força contra seu corpo
Akari: Naomi! Naomi! O que está fazendo!! Pare por favor!- súplica
Assim que ouço sua voz rapidamente meu corpo se controla percebendo o que eu havia feito, debaixo de mim pude ver aquele homem que estava desacordando aos poucos. Me levantando em destino a Akari, envolvo meus braços no seu corpo
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O céu que antes trovejava, agora derrama chuvas intensas em junção dos relâmpagos
Naomi: Está tudo bem agora- digo sussurrando em seu ouvido
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Sinto o tremor do seu corpo e sua respiração arfante, provavelmente ela estava com medo de mim, mas talvez sentindo meu abraço poderia depositar um pouco de conforto juntamente com uma sensação nostálgica.
Akari: N-naomi...
Naomi: Eu vou reportar para a polícia
Akari: Não! Você sabe que pode ir presa e eu não quero isso, não quero esse caos!- diz negando com a cabeça
Naomi: Não se preocupe, você sabe que eu fiz isso por pura defesa, eu não iria deixar ele te machucar assim- falo acariciando sua cabeça
Pego meu celular, ligando para a polícia passo as devidas informações, ao desligar volto a abraçar o corpo gelado de Akari
Akari: Eu estou com medo...
Naomi: Vai ficar tudo bem, apenas diga a verdade e concorde comigo- falo interrompendo-a
A mesma coloca seus braços em volta das minhas costas acomodando sua cabeça sutilmente em meu peito. Eu conseguia sentir seu coração com batimentos tensos, sua pele estava arrepiada e trêmula não so por conta de estar assutada, mas também pela brisa fria
Naomi: Eu estou aqui do seu lado, não precisa ter medo- falo sussurrando
Minutos depois ainda abraçadas a polícia comparece ao local para investigar
