Inside my mind

Ego

Por quantas vezes serei capaz de implorar por atenção? 

 Quero ser notada, vista, adorada, quero ser elogiada e aclamada. 

São coisas extremamente vãs, não existe razão para chorar ou querer morrer simplesmente por não ter sido elogiada por fazer o mínimo- limpar a frente da casa que moro- mas me dou esse direito, principalmente pelo fator mágoa, mágoa a qual só existe por ter sido provocada tendo em vista que os erros foram lançados com tudo na porta de seu frágil e medíocre ego, se erro sou atendida, o gênio cruel da lâmpada aparece e me arremessa uma caixa com 3kgs de verdades brutas no peito, mas se acerto me sinto como numa estrada vazia no interior seco de algum lugar inóspito, onde ninguém vai, ninguém se presta ao papel de admirar, mesmo que as vezes o pôr do sol valha a pena ou que o cheiro de natureza seja mais puro. 

Os erros são monstrinhos cor-de-rosa que insistem em pular e berrar para receber atenção, enquanto os acertos são marrons e miúdos que falam baixinho, como se quisessem se mesclar à sujeira e imundície do mundo, as vezes, seu sussuro chega à ouvidos atentos e carinhosos e a resposta "Bom trabalho" seguida de um afago faz com que o sentimento seja de que virou um cachorro, mas um dos felizes. 

 Um dia paro de me importar ou de exigir elogios, um dia paro de fazer as coisas, um dia tomo uma decisão, bato o martelo e qualquer um dos outros termos utilizados, mas antes preciso voltar em meu âmago e sair arrastanto me cérebro para seu lugar de honra no controle de tudo, já que a bagunça que ele largou pra trás não vai se arrumar sozinha, e nada aqui funciona enquanto ele finge ser o apêndice e se esconde no canto mais interno do meu eu.