CAPÍTULO 4 - EFEITO DO ÁLCOOL

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  Eu nunca conheci um homem que se arrisca para salvar outra pessoa

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  Eu nunca conheci um homem que se arrisca para salvar outra pessoa. Os poucos que conheci, acabam com vidas, não o contrário. Rodrigo é diferente. Quando acordei e o vi, confesso que me assustei, mas depois que entendi a situação, senti um certo conforto e isso é algo que não sinto há muitos anos.

  Ele foi extremamente educado e até esse momento só demonstrou cuidado comigo. Até na ausência de suas palavras percebi seu cuidado. Ele parece um homem solitário e isso me chamou muita atenção.

  Enquanto conversávamos e bebíamos, comecei reparar em como ele é bonito, atraente, como um Lorde inglês. Seus cabelos claros, vão até sua nuca, seus olhos são tão azuis que parece um oceano. Seu rosto tem traços únicos, um rosto fino bem desenhado, sua boca… Foi algo que estranhamente me chamou muita atenção. Em alguns momentos, não sei se pelo efeito do álcool ou meu corpo cheio de hormônios, tive vontade de provar, para saber se eram macios como prometiam as minhas vistas. E ainda tinha seu corpo, que pelo pouco que senti quando estava sobre ele, parece firme e viril. Ele não é aqueles homens exagerados, bombado, mas parece forte e com tudo no lugar.

  Acho melhor parar de analisá-lo, pois ele já percebeu meu olhar e parece sem jeito. Mas ele também me olhou, não sei se me avaliando, mas olhou.

  Ele desliza a taça nos lábios e olho sua boca, o modo como bebe o vinho me deixa hipnotizada. Ele se vira parece sem graça.

  — Falta pouco. — Não entendo o que ele quer dizer.

  — Para quê?

  — Pro seu aniversário. — Fico boba, ele está prestando atenção a tudo que digo, mas, em contrapartida, é estranho, ninguém nunca lembra do meu aniversário, até mesmo Lila, que não é ligada em datas. Nunca comemorei meu aniversário. Se isso aconteceu algum dia, não me lembro. — Você não gosta de aniversários.

  — Nunca comemoro meu aniversário e também não costumo sair para lugar nenhum. Ainda mais depois das últimas que aprontei.

  — Como assim? — Franze a testa confuso.

  — Digamos, que tentei me afugentar no álcool, drogas… E fiz algumas coisas erradas, como: quebrar janelas do pessoal do vilarejo, pintar o casarão da velha fofoqueira da esquina. — Agora, diante dele, me sinto extremamente envergonhada. — Fiquei fora de controle.

  — Então você é a moça que deixou a cidade alvoroçada.

  — É, mas, eu acordei para vida, não faço mais essas coisas. Na verdade, eu tentava ser presa, sei lá. Me livrar daquela casa. — Não sei porque estou me abrindo com ele desse jeito. — Eu não devia estar falando nada disso para você.

  — Tudo bem. Não se preocupe. — Seu sorriso é tão gentil, seguro sua mão sem pensar. Ele parece virar uma estátua.

  — Obrigada. — Me aproximo lentamente dele.

COM AMOR NATAL: UM CONTO DE DE NATALOnde histórias criam vida. Descubra agora