Cap 1

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As luzes dos prédios rapidamente fogem por minha vista, e árvores grandes e belas, aparecem em segundos, o motorista do táxi, me encara com uma certa estranheza com uma mistura de pena… a bateria dos meus fones de ouvido chega a zero, assim que os tiro, o motorista que até então estava em silêncio, dá um suspiro, e enfim pergunta:

[Motorista] – O que o trouxe para essa cidade moço? – Ele pergunta dando uma olhada rápida pelo retrovisor do carro. Detesto conversar com estranhos, sempre tão curiosos, mas se eu quisesse começar do zero preciso de uma boa primeira impressão. Dou um leve mas longo suspiro, enquanto guardo meu fone, dou meu clássico sorriso de "comerciante" e respondo:

[Kay] – Eu comprei a casa dos Heelshire, estava precisando me afastar um pouco do mundo sabe? – Ele me olha espantado, parece estar suando frio.

[Motorista] – Pensei que iriam demolir aquela casa…idiotas, e se ele voltar? – A última parte deve ter pensado que não escutei, "ele"?

[Kay] – Eles iriam sim, mas como escritor, eu acho que pode me dar mais inspiração, sabe? – Ele me olha incrédulo.

[Motorista] – Você pagou tudo aquilo, por inspiração? Olha moço, aquela casa não é coisa boa, se eu fosse você daria meia volta agora mesmo! – Eu sabia!

[Kay] – Fala sobre o fantasma do menino? Dizem que o espírito matou um homem na casa, mas ninguém da cidade reconhecia o tal homem. – Ele adentra em uma estrada de terra, devemos estar chegando..

[Motorista] – Os Heelshire, haviam deixado uma garota, como babá de seu filho.

[Kay] – O boneco, eu ouvi que foi a única coisa que não acharam pela casa.

[Motorista] – Sabe bem, meu jovem, mas você sabia que não encontraram a babá, nem o rapaz do mercado, ele fazia entregas regularmente, mas desapareceu também. – Ele acha que isso me assusta? Bem um pouco, mas é melhor que a casa dos meus pais.

[Kay] – Desculpe, não irei embora só por isso… "O que realmente me assusta, é a maldade humana, não as diversões dos mortos", uma frase do meu livro… – Ele olha em minha direção pelo retrovisor, da um suspiro de pena, e diz:...

[Motorista] – Boa sorte rapaz…

{···}

 Finalmente, chegamos ao portão da casa, o motorista diz que não poderá me levar para dentro da casa, parece ter medo mas não toco no assunto, apenas digo que não tem problema, e caminho sozinho até a casa, no momento eu só havia trazido três malas,a pequena com meu laptop e rascunhos em papéis levo em minha mão, a bolsa levo em meu ombro, lá tem o meu famoso "Kit de Sobrevivência do Kay", com um pequeno kit de primeiros socorros, e minhas coisas pessoais como minha escova, pasta de dente, pente de cabelo, etc…

Na grande mala tem minhas roupas, trouxe apenas parte das minhas coisas, pois não moraria sozinha, minha irmã que está terminando a faculdade, e assim que acabar, vai vir morar comigo, consigo sobreviver dois meses sem contato humano, só queria poder ter trazido meu livros, só consegui trazer meus próprios exemplares, e já li tantas vezes que sei exatamente em qual página, as coisas acontecem. 

Cheguei na casa que eu esperava encontrar sozinha, mas havia um grupo de demolição, eles não estavam mexendo na casa, e sim arrumando suas coisas para saírem de lá, quando cheguei mais perto um dos homens, aparentemente o chefe, vem até mim com um sorriso gentil, que de longe deu pra ver que é falso, ele deve estar zangado, já que eu comprei a casa que iria ser demolida, e cancelei seus serviços, deve querer me fazer mudar de ideia, mas minha tia me ensinou a como lidar com gente assim… eu paro no meio do caminho e espero ele vir até mim, com a cabeça bem erguida o espero, parece tê lo afetando, o que antes era um sorriso "gentil", agora é mais que evidente que é falso, ele para na minha frente, e olhando de perto, se não fosse por seu 'rosto falso' ele até seria meu tipo, alto, belos músculos, moreno, uma barba mal feita, tem uma tatuagem no pescoço mas não consigo identificar o que é, e uma presença forte, que droga, se não fosse por esse sorriso de cruz credo…

Vale Tudo Na CaçaOnde histórias criam vida. Descubra agora