Pentandade Lendária: A Estigma Divina

Parte I - Capitulo X

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- Abram os portões! - disse um sentinela na torre central esquerda dos muros de Jafanir. O homem havia avistado uma caravana com carruagens luxuosas e um estandarte com um corcel dourado a poucos metros de onde estava. Logo, o mesmo deduziu ser uma procissão real.

Jafanir era uma cidade fortificada situada no meio da estrada que dava caminho a província de Firdharen e a capital do reino. Seus muros madeirados eram feitos de sequoias e, à frente deles, várias estacas, também de madeira, finas e envenenadas em suas pontas, que foram postas em suas paredes para dificultar invasões de inimigos. No período Ashyano, os muros foram construídos para conter a invasão dos "Outros", caso se aproximassem daquele ponto, pois Estera ficava próxima e poderia ser destruída, sendo essa a primeira cidade não-sarizaya construída.

Os barulhos de grandes correntes e os estalos da madeira ao se erguer frente a caravana do rei eram altos e transpareciam a força da cidade. As carruagens começam a entrar, possibilitando que alguns guardas ali presentes se prontificassem para avisar o barão consorte, Adrian Jafanir, filho do barão Hazor. Entretanto, quando um dos soldados torna em direção do castelo, Adrian estava vindo em sua direção rapidamente, com uma capa feita de pele de urso negro. O homem pensara que era o seu pai voltando de Estera, mas seu ânimo deu lugar à preocupação ao ver Erick descendo da carruagem de Arkyn. Mesmo assim, o consorte ergueu os braços e, com um sorriso largo foi em direção do rei. Ele temia que algo sobre a insurgência oculta de Vadária tivesse sido descoberta por sua majestade e que estivesse na cidade para tratar disso. Porém, o mesmo o abraçou.

- Quanto tempo, meu amigo! - disse Erick para Adrian com um sorriso recíproco. - Desculpe-me, mas hoje estou aqui só de passagem. Preciso de um favor do seu pai. Se é que ele já chegou.

- Infelizmente, não, meu rei. Ele ainda está em Estera, mas creio que não seja nada complicado que eu mesmo não possa resolver. - disse o barão. Arkyn também se aproxima e Adrian o cumprimenta com um aperto de mão. Ele queria perguntar o quê havia acontecido com a cabeça do militar, mas não ousou importuná-lo. O rei põe a mão sobre o ombro direito do consorte e o guia para um lugar um pouco longe.

- Preciso que envie soldados para um busca por uma insurgente chamada Estrith, filha do antigo general Garen, o Lenço Escarlate. - aquelas palavras foram como uma pontada no estômago de Adrian. "Ele descobriu! E agora!? O que fazer!?" pensou o homem.

- Posso saber o que aconteceu com o senhor Garen, majestade? - perguntou o barão.

- O que acontece com todos àqueles que desafiam minha autoridade. Creio que não preciso dizer mais nada, meu amigo. - respondeu Erick com um sorriso irônico. "Sempre senti ódio e raiva quando ele lança esse sorriso ridículo. Ele se sente invencível e esperto quando age de uma maneira bem inteligente. Sinto pena da pequena Estrith... Como será que ela está?" pensou o consorte.

- Compreendo perfeitamente, majestade. O senhor deseja mais alguma coisa? - perguntou Adrian quando, de repente, um pio de uma coruja é ouvido pelo homem e seu rei. Ela seguia em direção da Torre da Coruja com algo que parecia um rolo de papel.

- Parece ser algo importante. - disse o rei com um sorriso leve. Seus olhos tornam ao rosto de Adrian. - Por coincidência, preciso também que envie uma coruja a Hagasashima, quero que eles também façam buscas por lá.

- O senhor presume que a filha...

- Não presumo. Eu sei. Segundo o general Arkyn, a mesma foi levada por um homem que parecia um monge seguindo pela estrada que ia para o Sul. Não há melhor prova que essa! - disse Erick. Alguns minutos depois, um domador se aproxima dos dois e se ajoelha perante eles, tirando uma carta da bolsa e dando para Adrian. O mesmo a abre e começa a ler silenciosamente.