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UNHOLY
Finalmente o fim do expediente na sexta-feira, guardo meu notebook com pressa, afobado para a noite que me aguarda, porque passei a maldita semana ansioso com poucas linhas em um aplicativo de mensagem: “Me imagina dançando essa para você” junto a um link para uma música, “Sala VIP 13, na Unholy às 20h, não se atrase”.
Passo rapidamente pelos meus colegas de trabalho que combinam um happy hour, para não ser convidado, meu único objetivo é chegar em casa, tomar banho e dar banho nas crianças, esperar a babá chegar e sumir para o motivo da minha mente estar tomada de pensamentos sujos durante esses últimos dias.
Notei que o carro do Jimin não estava na garagem, então nem me dei ao trabalho de procurá-lo dentro de casa, eu tinha compromisso e não podia atrasar, coloquei Monstros S.A. para o Benjamin e Sana assistirem, meus filhos ficavam quietos com qualquer coisa que os fizessem rir na frente da TV, 19h30 a babá chegou, pedindo desculpas pelo atraso e dizendo que o trânsito estava impossível, imaginei que teria que enfrentar o mesmo problema.
Dei um beijo nos meus filhos e saí, no carro coloquei a Unholy no GPS, dei partida e segui pelo caminho que a voz do Homer Simpson indicava, bônus por se ter crianças que sabem mexer em qualquer aparelho tecnológico, quando percebi o que estava prestes a fazer me senti estranhamente nervoso, não é como se fosse a primeira vez que faria aquilo, mas dessa vez em especial, minhas mãos suavam no volante e meu coração batia mais agitado que o comum.
Entrei no estacionamento da boate onde marquei aquele encontro, ajeitei meu cabelo pelo retrovisor e passei um pouco mais de perfume, minha garganta ficou seca pela ansiedade, então resolvi ir mais rápido para tomar algo que acabasse com as duas sensações, logo na entrada lateral uma mulher solicitou minha reserva, informei meu nome, logo uma segunda mulher apareceu me indicando o caminho.
— Com licença? Quero passar no bar antes, pegar uma bebida — Chamei a atenção da funcionária do local.
— Não se preocupe, a área VIP tem bar próprio — Sorriu para mim e continuou a caminhar.
Após subirmos de elevador até o segundo andar, ela me indicou qual era a sala e desceu novamente, diferente do que eu imaginava, ali não era uma área comum onde as pessoas podiam ficar, era composta apenas pelo bar, um barman e várias portas enumeradas em ordem, a música estava mais alta do que o térreo onde fica a pista de dança, acredito que para abafar qualquer som que viesse das portas à minha frente.
Olhei meu celular, estava atrasado sete minutos, notei a mensagem dele nas notificações, “Me avise quando entrar na sala”, peguei uma garrafa de whisky, um balde de gelo com algumas cervejas e Ices e duas garrafas da água, o barman me ajudou a deixar na mesa e saiu rapidamente, tranquei a porta e enviei uma resposta curta, “estou na sala”, mesmo que quisesse não conseguiria pensar em mais nada, porque aquela altura estava tomado pela expectativa, deixaria para pensar no meu pecado depois, de qualquer forma já estava impedido de entrar no céu mesmo.