único

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Ansioso. Uma palavra que descrevia bem o estado de Alexandre. Suas pernas tremiam em uma velocidade que chegava a balançar a mesa da pizzaria, irritando a ruiva a sua frente.

- Xande! Quer parar com isso? - deu leves tapas na mesa, capturando a atenção de Xande que antes não tirava os olhos da janela - O que que 'tá te incomodando tanto?

Alexandre não respondeu, apenas soltou um longo suspiro e acenou com a cabeça para a janela. Agora, Dara entendia o porquê de tanta preocupação, Guizo estava mais uma vez sentado no topo da vã enquanto uma fumaça rondava ele.

A garota olhou para o loiro, que estava com uma cara tão chateada que chegar a doer o coração.

- Olha, talvez você devesse falar com ele. Sabe, expôr a sua angústia. - ela levemente coloca a mão sobre a mão do garoto, que suspira mais uma vez.

- Sei não, não acho que ele vai me escutar - cruzou os braços e afundou-se mais ainda no sofá.

- Você nunca vai saber se não tentar. - soltou um sorriso pequeno que aumentou assim que escutou o mais novo murmurar um "vou tentar".

Xande ia caminhando na direção do estacionamento repetindo milhares de possibilidades de falas que poderia dizer ao amigo: "isso vai te fazer muito mal cara", "isso vai te deixar broxa", "você tá ficando com cheiro de chaminé". Mas nenhuma parecia convincente o suficiente.

Não tinha muito mais tempo pra pensar, quando se de conta já tinha subido na vã e agora recebia o olhar de Guizo, o que o deixou levemente vermelho ao perceber que o estava encarando demais.

- Tá tudo bem cara? - perguntou dando uma última tragada e jogando fora o cigarro.

O loiro não respondeu, apenas se sentou ao seu lado e o encarou com uma expressão triste. Talvez fosse uma reação psicológica, mas para Xande, o falso ruivo havia fumado tanto que seu gosto de café doce estava se tornando um gosto de café amargo.

- Quer um? - ofereceu a caixa de cigarro para Xande, enquanto já colocava outro na boca. O mais novo rapidamente retirou o de sua boca o jogando longe - Ei! Por que fez isso cara? Tá doido?

- Você precisa parar de fumar, tá começando a me irritar isso - tirou também a caixa da mão de Guizo, porém o mais velho foi logo para cima tentando recuperar a caixa.

- O que deu em você Alexandre? Você sempre fumava e eu nunca reclamei - pegou a caixa de volta, retirou um cigarro e o levou a boca. Logo em seguida guardou a caixa e deitou-se de barriga para cima.

Xande, enfurecido, seguiu o movimento do outro, porém deitou-se de lado, virado para o amigo.

- Eu tentei, mas tá difícil de parar, acabou que eu viciei - soltou um risinho e virou-se para Xande com uma expressão triste e culpada.

- Talvez você só... precise de um novo vício.

Guizo ficou extremamente vermelho ao escutar o que o garoto a sua frente havia dito, e só então percebeu como estavam próximos. Envergonhado, levantou-se e voltou a ficar sentado. Seguido por Xande que se aproximou mais ainda do amigo.

- Que tipo de vício você me sugere? - tomou coragem e encarou o amigo, revezando seu olhar entre os olhos e a boca.

- Talvez um pirulito, um chiclete, algum tipo de doce sempre ajudava - o loiro, que mantinha seu olhar nos lábios do amigo, foi ficando cada vez mais perto - Mas tem um que talvez seja perfeito pra você.

- E qual seria? - sua respiração estava acelerada, nunca esteve tão próximo assim do rosto de Xande, umedeceu os lábios.

O loiro não respondeu, atacou os lábios do falso ruivo com calma. Guizo correspondeu o mais novo no mesmo instante, beijar Alexandre era exatamente da maneira que ele imaginava, encantador.

Ambos pararam por alguns segundos para recuperar o fôlego, mas Guilherme tomou a iniciativa e tomou os lábios de Xande para si, desta vez um pouco mais necessitado. Era uma união perfeita, os dois já haviam imaginado como seria, mas comparado a imaginação, a realidade era 100x melhor.

Se separaram, o local estava um silêncio absoluto, só era possível escutar a respiração ofegante dos dois garotos. Guizo, que ainda estava um pouco desnorteado, começou a perceber o que estava fazendo. O loiro já se localizava em seu colo com as mãos em seus ombros, seus olho brilhavam mais do que as estrelas daquela noite. Começou a rir.

- Do que que você tá rindo? - perguntou o mais novo, um pouco confuso.

- Você tá com uma babá escorrendo no seu queixo - disse entre risos que aumentaram ao ver o rosto do menor ficar vermelho e limpar seu queixo - Vem, vamos comer alguma coisa, tô com fome.

O garoto ameaçou começar a descer mas foi impedido por Xande que o abraçou, impedindo que ele saísse da posição.

- Vamos fazer um trato - afundou a cabeça nos ombros do amigo - toda vez que você sentir vontade de fumar, a gente repete isso, ok?

Guizo soltou um riso anasalado e colocou seus braços ao redor de Xande.

- Ok.

Os dois desceram e andaram de mãos dadas até a mesa onde Dara estava. Chegando lá a garota estava conversando com Vicente quando teve sua atenção tomada pelo casal chegando de mãos dadas.

- Me conta Xande, como que você conseguiu fazer esse garoto parar de fumar - apoiou a cabeça nas mãos, intrigada após saber que Guizo iria parar de fumar.

- Acontece que eu sou mais viciante.

Eu sou mais viciante - oneshot XanzoOnde histórias criam vida. Descubra agora