𝟎𝟓. 𝐀𝐧𝐭𝐨𝐧𝐲 | 𝐒𝐨𝐦𝐞𝐰𝐡𝐞𝐫𝐞 𝐨𝐧𝐥𝐲 𝐰𝐞 𝐤𝐧𝐨𝐰

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Sinto mãos firmes ao redor de minha cintura e sei que é Antony, respiro fundo e me viro para ele. Eu havia acabado de descobrir sobre uma suposta traição que havia saído em vários sites de fofoca e estava extremamente abalada, Antony provavelmente não havia notado nada ainda.
- O que foi, meu amor? - Pergunta meu namorado, desconfiando do meu silêncio.
  - Você já entrou em algum site de notícia hoje? - Questiono, resolvendo ser sincera sobre o que está acontecendo.
  - Não, o que tem? - Ele diz pegando o celular e olha, mudando completamente sua expressão em questão de segundos. - Você não vai acreditar nisso aqui né?
- Como não, Antony? Tem fotos, tem tudo aí, e o pior não é nem isso, o pior é que essas fotos foram tiradas quinta, quando você disse que estava indo ver sua mãe. - Digo já sentindo minhas mãos trêmulas.
- Meu amor, eu juro que não é isso que você tá pensando. - Ele vem até mim e segura meu rosto em suas mãos.
  - Então me explica, Antony, me explica agora se não eu juro para você que saio por aquela porta e você nunca mais vai me ver. - Digo, com lágrimas nos olhos e ele nega.
  - Olha bem para mim, amor. Eu não posso te explicar isso agora mas eu juro pela minha vida que eu não te traí, você é a mulher da minha vida eu nunca faria isso com você, por favor acredita em mim. - Ele diz e vejo lágrimas se formarem no canto de seus olhos.
- Eu vou para a casa da minha mãe, você tem até sexta para me falar o que realmente aconteceu, vou te dar uma chance de se explicar contanto que você me prove que está dizendo a verdade. - Faço as malas enquanto ele vem atrás de mim novamente.
- Não, fica aqui, eu vou para algum hotel. - Ele diz, pegando uma mala também.
- Não, Antony, a casa é sua, você fica. - Digo, pegando o resto de minhas coisas e guardando.
  - A casa é nossa, não vou conseguir ficar aqui sem você. - Ele diz e sinto uma pontada no coração.
Saio pela porta com protestos de Antony, que quando cessam quando eu me viro para olhar para ele uma última vez.
- Eu ainda quero acreditar em você então por favor me diz que é mentira, me diz que tudo isso não passa de um mal entendido, Antony, por favor. - Digo, com a voz falhando, eram cinco anos de história jogados no lixo.
  - Prometo que vou te provar que tudo isso não passa de um mal entendido, tá? Mas não agora, agora eu não posso, se eu te contar agora você nem vai acreditar em mim, então vai pra sua mãe e volta quando se sentir melhor, eu te espero o tempo que for. - Ele segura meu rosto em suas mãos e deixa um selinhos em meus lábios molhados pelas lágrimas.
  Saio pela porta da frente e vou até meu carro, dirigindo por cerca de uma hora até finalmente chegar na casa de minha mãe, onde ela me acolhe pois já sabe o que aconteceu. Me sento no sofá e deixo que as lágrimas escorram de novo, minha mãe se senta ao meu lado e eu coloco minha cabeça em seu colo quentinho, enquanto ela acaricia meus cabelos.
  Faz quase uma semana que estou na casa da minha mãe, não tem sido de todo ruim mas ainda sinto falta do Antony, moro com ele há três anos, ainda não me acostumei a estar longe e mesmo quando ele viajava a trabalho ainda tínhamos contato. Suspiro, me arrumando para ir até nossa casa, mando mensagem para ele, avisando que estarei indo, ele sabe que no fundo disse isso para que se caso outra mulher estivesse lá ele já a mandaria embora, é covarde de minha parte mas eu não aguentaria ver ele com outra mulher. Entro no meu carro e dirijo até lá, de maneira calma e lenta, tentando criar coragem. Quando chego em casa, não bato na porta, apenas abro. Vejo que o local está um pouco bagunçado, com algumas camisas no chão, lixos de comida e muitas cobertas e lenços em cima do sofá, ouço Antony descendo as escadas com o rosto inchado e vermelho e os cabelos bagunçados.
  - Não sabia que viria hoje. - Ele diz, parado na escada.
  - Eu te mandei mensagem avisando. - Digo, olhando para trás dele, em busca de algum vestígio de que outra mulher esteve aqui.
  - Ah, eu não ando olhando o celular, desculpa. - Ele suspira, passando a mão no rosto. - Você pode só esperar eu tomar um banho? Quero te mostrar algo. - Concordo com a cabeça e ele volta a subir as escadas, indo em direção ao nosso quarto.
  Sei o quanto Antony demora no banho então resolvo deixar minhas coisas na mesa de canto e começo a arrumar a casa, pegando os lixos, guardando as cobertas, dando uma bela geral. Quando estava prestes a terminar de lavar as louças sujas ouço Antony descendo as escadas novamente, ele para e me observa.
  - A moça da limpeza não veio essa semana, dispensei ela enquanto você não estava. - Ele diz, ainda parado, termino de lavar a louça e me viro para ele. - Não precisava ter arrumado tudo isso, mas obrigado.
  - Tudo bem, a casa ainda é minha também. - Dou de ombros enquanto seco minhas mãos no pano de prato.
  - Vem, eu quero te levar até um lugar. - Ele pega as chaves do carro dele e vai até a porta. - Você se importa de ir no meu carro? É meio longe e você pode deixar o seu aqui. - Ele diz, parando no batente da porta.
  - Tudo bem, vamos. - Digo, deixando as chaves e meu celular no balcão da cozinha, seguindo Antony até seu carro.
  Ele dirige em silêncio por mais de uma hora e meia, durante esse período o único som que ouvimos é o do rádio baixinho. Já sei onde ele está nos levando então fico menos ansiosa, o caminho que estamos percorrendo é o de nossa casa no campo, como agora moramos na Inglaterra por conta do time do Antony ficou mais fácil realizar nosso sonho de ter uma casa no campo. Ao chegarmos desço do carro, com meu namorado ao meu lado.
  - Por que me trouxe aqui? - Questiono, me virando para ele.
  - Olha amor, aquele dia eu não estava te traindo, eu queria fazer uma surpresa para você e aquele mulher que você viu junto comigo estava me ajudando. - Um peso cai sobre meus ombros. Ele estende a mão para mim e eu a agarro. - Vem, quero te mostrar o que preparei.
  Sigo ele até a porta da casa, entro e vejo várias velas espalhadas pelo local, meus olhos se enchem de lágrimas e eu respiro fundo.
  - Fica aqui. - Ele diz e eu obedeço, ficando parada no mesmo lugar enquanto caio em prantos, ele volta e logo me olha.
  - Eu sei que não sou o melhor namorado do mundo e que estou longe de ser, mas você me faz ter vontade de ser melhor por você, por um futuro juntos, eu te amo como nunca amei alguém e quero te manter sempre na minha vida, sei que já errei muito com você mas eu prometo que tentarei ser melhor. Não vou me prolongar se não eu vou chorar também mas meu amor, eu tava naquele com aquela mulher porque eu queria te pedir em casamento, não tenho olhos pra ninguém a não ser você. - Ele vem e me abraça, dando um beijo na minha cabeça. - Pode olhar tudo, minhas mensagens, minhas transações bancárias do dia, absolutamente tudo, te juro de pé junto que foi isso que aconteceu. Agora vamos ao que importa, você aceita ser minha esposa?
  Não tenho palavras suficientes para esse momento então apenas concordo com a cabeça, beijando seus lábios e o abraçando. No fundo eu sempre soube que Antony não havia me traído, apenas precisava de um tempo para entender isso. Passamos o restante da noite trocando carícias, matando toda a saudade e incertezas que ainda restavam e ao amanhecer, Antony me prometeu o mundo e beijou meus lábios, em uma carícia doce.

𝐈𝐦𝐚𝐠𝐢𝐧𝐞𝐬 | 𝐟𝐮𝐭𝐞𝐛𝐨𝐥Onde histórias criam vida. Descubra agora