prólogo

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A energia deve ter acabado, porque o bunker está escuro como breu e quase perfeitamente silencioso. Tudo o que Emma consegue ouvir é o rangido ocasional de um cano e sua própria respiração assustada. Ela tenta se acalmar e acende a lanterna. Um feixe de água brilha no salão cavernoso, iluminando tudo do nada.

Para todos os efeitos, ela se sente completamente sozinha aqui embaixo.

Cada passo parece ecoar pelo corredor, e Emma sente o medo crescer em seu peito. Esta é a casa dela, ela não deveria sentir tanto medo, mas o medo a cobre tanto quanto as sombras. Um pressentimento de desgraça a apodera-se dela, e ela para em seu caminho. De repente, algo à sua direita cai, e Emma gira em sua direção, com os punhos cerrados, a postos. Ela não encontra nada.

De repente, há Sam com uma arma na mão e um medo avassalador poluindo a mente de Emma. Ela chama pelo pai, grita por ele, sem sucesso. Suas pernas parecem coladas ao chão, imóveis. Ele se foi, algo em sua mente lhe diz. É só você e Sam aqui embaixo, e você sabe o que Sam pensa de você.

Ela grita. A arma levanta.

Seu próximo grito é interrompido por uma bala.
O purgatório não tinha clima, não como qualquer outro lugar. Tinha noite e dia, e havia dias em que a nuvem rolava ameaçando chuva que não vinha. Mas os rios e córregos nunca secaram, descendo da montanha e dos penhascos para as partes mais profundas e escuras da floresta, onde não havia luz do dia porque o dossel era o mais denso e os monstros eram os maiores. Era um ciclo constante e previsível, como sempre fora.

Até que não foi.

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