Capítulo Único

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Notas da Autora: Olá! Faz tempo que não posto aqui, não é? Pois bem...


Essa é uma história curiosa. Ela começou a ser escrita em dezembro de 2020, seria postada no natal daquele ano, mas muitas, MUITAS coisas aconteceram. Entrei em um ano completamente sabático, um bloqueio criativo que já dura quase dois anos. Esse ano resolvi finalmente tirar ela do papel e, bem... Aqui está. E sim, ela é MUITO GRANDE. Na verdade, é mais um conto do que uma história, ela não traz grandes conflitos, eu realmente só queria escrever algo fofo de natal e acabou saindo isso.

Espero do fundo do meu coração que vocês possam gostar dessa história que fiz com todo o meu esforço.

Ah, e antes de tudo: sim, eu sei que na Coreia eles não comemoram o Natal da forma como é descrito aqui, mas foi a forma que eu encontrei de deixar a história como eu queria. Então, vamon todos fingir que é assim que o natal lá é comemorado e sejamos felizes.

Um feliz natal a todos!!

PS: Boa parte dessa história foi literalmente escrita há dois anos, me perdoem por quaisquer erros.



Natal de 2019

Lisa acordou sentindo muito mais frio do que deveria naquela manhã. O vento exageradamente gelado que soprou no quarto cinzento, iluminado pela fraca luz da manhã, tocou-lhe as costas desnudas sem nenhuma sutileza, fazendo-a gemer contra o travesseiro. O farfalhar do lençol foi abafado pela melodia de acordes, que ecoaram pelo quarto quando ela se mexeu para procurar a fonte de tanto frio. Um suspiro saiu de seus lábios quando encontrou.

Já estavam juntas há seis anos, casadas há três, mas a imagem do corpo esguio de sua namorada ainda continuava trazendo a sensação de casa e conforto. A porta de vidro que dava para a sacada estava aberta e a mais velha, sentada numa cadeira voltada para fora, enquanto deixava seus dedos longos e finos dedilhar no seu violão preto.

O motivo do quarto estar tão aberto em pleno inverno rigoroso era o cigarro de nicotina preso entre os lábios de Park Rosé. A mulher sabia que o cheiro e a fumaça incomodavam a namorada, então sempre fazia o possível para dispersar o máximo que pudesse.

"Eu odeio cigarros e não quero me relacionar com quem tem o hábito..." Era o que Lisa sempre dizia, antes de complementar "Já vi de perto o que isso causa, então quero distância". Alguns anos atrás essa cena teria causado uma discussão chata, mas aí a mais nova descobriu os motivos dos raros momentos em que a namorada recorria à nicotina e ao invés de se irritar, sentia o coração se apertar em angústia.

Lisa se ergueu na cama, apoiando-se em seus cotovelos, observando o contorno perfeitamente delineado do maxilar de sua eterna namorada, enquanto a mesma inclinava-o um pouco para o lado, bem concentrada nos acordes. A mandíbula tensionada confirmava a apreensão e nervosismo da mais velha. Soltou um novo suspiro, desta vez mais pesado e repleto de angústia, forte o bastante para sobrepor a melodia lenta do violão e chamar a atenção da outra mulher.

— Está acordada... — falou baixinho, deixando rápidas fumaças escaparem e ajeitou sua postura na cadeira, puxando o cigarro entre os dedos.

A mais nova deixou o corpo cair de volta na cama, fitando o teto branco enquanto a outra sumia por poucos segundos na varanda para descartar o cigarro, retornando em seguida para fechar a porta de vidro e guardar seu violão.

A agitação da mulher era ouvida por Lisa, que pacientemente esperou até ouvir o ranger suave da cama com os lençóis bagunçando com a presença de um novo corpo ali. Foi quando se virou de lado e apoiou a cabeça no cotovelo, fitando o rosto preocupado de sua esposa.

Naquele Natal (Chaelisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora