9. Hotel Caro

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Feliz Natal para todos! Já aviso que o capítulo de hoje tem hot. E quem quiser interagir comigo , meu tt é porvcsoraya

Espero que gostem. Até amanhã


 Eu não gostava de ficar brigada com ninguém, principalmente com Simone. Ela me fazia tão bem, me acarinhava quando eu estava carente, me aconchegava quando algo dava errado e me dizia o tempo todo que estaria comigo para o que desse e viesse. Mas a gente realmente não era um casal. Eu voltei para o Brasil com uma missão e não era para pedir Simone em casamento. Eu estava focada em fazê-la Presidente da República.

Gostaria muito que déssemos certo e largássemos todo nosso orgulho de lado, mas era quase impossível, uma mais orgulhosa que a outra. Parece que ela sentia mágoa de mim por algo que eu não havia feito, e por outro lado, eu tinha medo de me entregar e ficar sem a mulher da minha vida de vez.

Passei horas no roof top ouvindo AC/DC para extravasar a raiva que dominava meu corpo. A garrafa de vinho já tinha sido quase toda bebida e eu estava fumando um cigarro atrás do outro. Haja pulmão!

Estava deitada, olhando as estrelas, totalmente distraída quando fui pega de surpresa.

- Sabia que você estaria aqui, filha. – era Lula. – Te procurei o apartamento todo, entrei até no quarto proibido de Simone. – soltou uma risadinha.

Tirei os fones e me sentei no sofá, dando espaço para o jovem senhor juntar-se a mim.

- Era pra você estar dormindo, Lula.

- Queria ver como você estava antes. – acarinhou minha cabeça.

- E como você acha que estou?

- Bêbada, com certeza! – rimos. – Olha, filha, não se maltrate. Não deixe seu orgulho falar mais alto que seu coração.

Permaneci calada, estava muito alterada para falar algo com sentido.

- Me dê esse cigarro aqui. – pegou de minha mão.

- Você sabe fumar, Lula?

- O que? Sou experiente! – tragou e engasgou, tossindo sem parar.

- Não morre não, velho. – comecei a bater em suas costas, na tentativa de ajuda-lo. – Me dá isso aqui! – tomei o cigarro da sua mão de quatro dedos.

Rimos um pouco da situação e ficamos em silêncio até ele puxar assunto.

- Soraya, vá com calma com a Simone. Ela ainda sente a dor de ter sido abandonada por você.

- Abandonada por mim? Quem disse isso? Ela? – Lula assentiu. – Eu não abandonei ninguém. Eu que fui abandonada. O pai dela descobriu que namorávamos e a mandou para outra cidade. Não me disse pra onde e não deixou ninguém da família entrar em contato comigo. Eu já não tinha ninguém, meus pais já tinham morrido. Esperei anos por ela e quando ela voltou, estava noiva de Eduardo.

- Ela sabe disso, Soraya? Por que eu sei um lado da história dela. Quer que eu te conte?

Eu assenti.

- Ela não queria estudar fora, nunca quis. Brigou com seu pai e fez isso por você. Ela queria que ele entendesse que duas mulheres podiam se amar e viverem juntas, mas ele não entendeu. A mandou aqui para São Paulo. Ele arranjou um namorado para Simone, Eduardo, seu melhor funcionário, na a intenção, quase obrigação, na verdade, deles se casarem. Simone te esperou todos os dias, Soraya. Ela tinha fé que você lutaria por ela.

Jogada de Mestre - SimorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora