ℂ𝕒𝕡𝕚𝕥𝕦𝕝𝕠 3

318 33 4
                                    

𝕆𝕦𝕥𝕣𝕒 𝕡𝕖𝕣𝕤𝕡𝕖𝕔𝕥𝕚𝕧𝕒.

Abri meus olhos, depois que a sensação de ser puxado passou, e eu já não estava mais no salão com aquele velho estranho, eu estava de volta ao metrô.

— Que demais! – um homem que estava em pé na minha frente, elogiou. — Meu irmão, eu aplaudo sua escolha hoje. – o homem falou, batendo palmas, mas eu ainda estava desnorteado, sem conseguir raciocinar corretamente. — Sapatos e cinto dourado, capa branca. Não era pra ficar legal, mas, caramba, ficou!

Só então, com a observação do homem, percebi que estava na forma de um adulto fantasiado e lembrei que Selene deveria estar comigo.

Porém, assim que eu ia olhar ao redor para procurá-la, senti um pequeno peso no meu ombro direito.

— Você conhece ela, cara? – o mesmo homem perguntou e eu olhei para o lado, Selene estava inconsciente.

Só meneei a cabeça em um sim, peguei minha mochila e depois carreguei Selene como se ela não pesasse nada.

O dia só ficava mais estranho!

Espera, estranho? Freddy entende de coisas estranhas.

Minha linha de raciocínio poderia ser um pouco infantil, mas não tinha outra pessoa que entendesse do assunto e fosse de confiança como ele.

Ele poderia não ajudar por mim, mas o faria se visse Selene.

Com essa conclusão, levantei e saí do trem com pressa quando as portas abriram, mas acabei batendo a cabeça, desacostumado com a altura.

Quase derrubei ela, então segurei-a mais firme, já que não queria correr o risco de que ela caísse e batesse a cabeça.

Afinal, o que eu diria ao Freddy se isso acontecesse.

Foi mal, mas eu deixei sua melhor amiga cair enquanto estava desmaiada e ela acabou morrendo de uma fratura craniana...

Definitivamente não era algo que eu pudesse dizer!

Saí de lá o mais rápido que pude e fui para casa, deixei Selene deitada na grama ao lado da casa e vi Freddy na pia.

Tirei um caderno e uma caneta da mochila e escrevi: Não grite!

Fui até a janela e mostrei o caderno, mas ele acabou se assustando e gritou.

— Falei para não gritar. – susurrei para ele, que se desesperou e começou a chamar por ajuda.

— Victor, Victor! – Freddy gritou novamente, arruinando meu plano de ser discreto.

— Sou eu, o Billy. – susurrei de novo, na esperança de que ele me reconhecesse. — Você perguntou "voo ou invisibilidade" e eu achei besta, mas agora estou assim e preciso de ajuda! – falei um pouco mais alto, começando a me desesperar. — Me encontre aqui quando todos dormirem.

Fui embora quando percebi que Victor  estava vindo na direção de Freddy e torci para que a curiosidade dele fosse maior do que a noção.

Peguei a garota deitada na grama no colo, verificando se ela estava respirando, assim como eu tinha feito desde que saí do metrô.

Eu não estava afim de ser taxado de assassino aos 14 anos! Mesmo que eu parecesse ter uns 20 agora.

Fiquei esperando ele numa rua perto da casa, que não era muito movimentada, deixei a garota, ainda desmaiada, deitada em cima do capô de um carro velho e olhei no retrovisor, dando tapas no meu rosto adulto, para talvez acordar desse sonho, que mais parecia pesadelo.

Então, depois de quase 1 hora de espera, o Freeman apareceu.

— Graças a Deus! – agradeci e me aproximei dele.

𝔻𝕒𝕞𝕒 𝕕𝕒 𝕝𝕦𝕒 / 𝕊𝕙𝕒𝕫𝕒𝕞 Onde histórias criam vida. Descubra agora