12/09/1938Em certos momentos, algumas atitudes parecem tão espontâneas que não nos damos conta de que tudo pode ter sido pensado e calculado minutos antes. Muito trágico? Talvez... mas acontece.
Às 14:00 da tarde de uma certa quarta-feira, as coisas corriam de forma tranquila na repartição de uma das revistas mais influentes da cidade.
O toque que regia o ambiente se resumia em barulhentas e inúmeras teclas das máquinas de escrever sendo apertadas ao mesmo tempo.
O clima? Imensamente agradável! Uma brisa leve recobria o local deixando tudo melhor.
De fato, a locação parecia tranquila naquele dia.
Os demais funcionários jogavam conversa fora na recepção enquanto os escritores e redatores faziam o trabalho pesado nos andares de cima.
No entanto, parecia que alguém além daqueles ali presentes estava interessado em algo a mais do que meras conversas paralelas.
Uma pequena menina de cabelos cacheados esperava, levemente, escondida pela sua baixa estatura atrás do balcão de uma das recepcionistas recém contratadas.
— Posso ajudar? — A mulher perguntou olhando para baixo. Estranhou o fato de ser uma criança.
— Eu quero ver a minha mãe. — A menina de uniforme escolar e boina disse calma enquanto enrolava seus longos cachos castanhos escuros.
— Desculpa... como é? — Ela, realmente, não entendeu. Quem era aquela menina?!
A jovem bufou e pôs o cabelo para trás.
— Eu sou Laura Batista Petruchio e eu quero ver a minha mãe! — disse desta vez mais séria.
— Sua mãe? — perguntou novamente confusa.
— Você é nova aqui, não é? — Laura a indagou tentando ficar nas pontas dos pés para falar.
— Como sabe? — A moça ficou surpresa. Ela deveria conhecer aquela menina que parecia mais uma adulta falando com tanta propriedade?
— Porque todo mundo aqui conhece a minha mãe.— Por fim Laura desistiu de ficar na ponta dos pés. Aprumou sua boina e cruzou os braços.
Por sorte, ou coincidência do destino, um homem alto e bem apanhado "surgiu" pela porta neste exato momento de repentino desespero da recém contratada. Ele avistou a menina atrás do balcão e sorriu. Não tinha como não reconhecer.
— Laura! Que surpresa boa te ter por aqui! — O homem se aproximou e piscou para a senhora que a atendia como um sinal de "deixa comigo."
— Fran! — Laura se virou e foi em sua direção.
Os dois se cumprimentaram com um abraço.
— O que traz a mini Catarina a nossa repartição? E a essa hora... — Francisco olhou em seu relógio de bolso. — Você não deveria estar na escola? — seu tom soou preocupado.
— Sim, mas a escola nos liberou mais cedo. — A menina tirou a mochila das costas. — Reunião do conselho de classe. Eles sempre fazem isso.
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O antes, o agora e o depois [...]
Fanfic"Às vezes no silêncio da noite, eu fico imaginando nós dois. Eu fico ali sonhando acordado, juntando o antes, o agora e o depois..." Uma história com várias histórias juntando o antes, o agora e o depois de um dos casais mais surpreendentes de toda...