Capitulo 9 - A Briga

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Karen

Anos atrás

Depois do encontro, Valério me pediu em namoro e eu aceitei. Passamos em torno de um ano e meio juntos. Claro com algumas briguinhas de vez em quando. O normal de qualquer casal. Mas no geral tínhamos um relacionamento saudável.

Começamos a frequentar muito a casa um do outro. E sempre que ele vinha na minha, minha família o tratava super bem, mas esperança o tratava de uma forma estranha. Ela sempre puxava assunto com ele, chegava perto dele, tinha muito contado físico da parte dela. As vezes a mesma falava algumas coisas minhas que eu tinha vergonha e não queria que Valério soubesse, mas ela fazia questão de me humilhar. Estava na cara que ela estava interessada em Valério. Mas sempre que ele me via meio desconfortável, ele acabava não dando muita moral pra ela.

Faltava em torno de 2 dias para a festa do dia das bruxas da faculdade. E como era o meu último semestre, eu queria aproveitar ao máximo. No dia que eu fui ajudar com a decoração da festa, um garoto do curso do Valério, acabou dando em cima de mim. Valério ficou revoltado com aquilo e queria tirar satisfação com o garoto, mas eu acabei o impedindo e ele, cego pela raiva e ciúme, acabou discutindo comigo. Nós brigamos e eu passei o dia seguinte inteiro sem falar com ele. Ignorei suas 65 ligações e 258 mensagens. O ignorei totalmente.

No dia da festa, ele não veio falar comigo. Eu apenas ignorei sua existência, mas não adiantava muito já que Gabrielle e Ingrid ficavam repetindo no meu ouvido as mesmas palavras:

-- Pelo amor de Deus, resolvam logo isso! Pare de olhar ele de canto e vá logo falar com ele! Ele passou a noite inteira tentando ligar pra você! Fale com ele!

-- Por que eu devo ir falar com ele se foi ele quem errou? Não vou me rebaixar! – falei decidida. – Ele sabe onde estou, é só vir falar comigo. -- insisti em minha teimosia.

Depois de algumas horas de festa, percebi que ele estava passando dos limites com o álcool. E já estava ficando preocupada, mas Gabriele, que estava cuidando dele, acabou indo na onda da bebida também.

Passou alguns minutos e eu recebo uma mensagem de Valério falando que queria resolver as coisas comigo. Eu aceitei ir conversar com ele. Então ele me mandou outra mensagem falando que estaria no laboratório me esperando.

Quando chego na porta do laboratório, vejo Valério, através da pequena janela de acrílico da porta hermética, e Esperança se beijando. Aquilo me deu tanta raiva e tristeza ao mesmo tempo. Abri a porta com raiva e acendi a luz:

-- É ASSIM QUE VOCÊ QUER RESOLVER AS COISAS COMIGO? BEIJANDO A MINHA IRMÃ? – Falei furiosa.

-- Karen não é nada disso! Eu posso explicar! – ele falou empurrando Esperança para longe

-- VOCÊ É UM VAGABUNDO DA PIOR ESPECIE! TINHA QUE SER HOMEM! EU FUI MUITO BURRA! – Falava com tanta raiva e tristeza que as lagrimas apenas escorriam pelo meu rosto.

Eu não consegui ficar ali e deixar que os dois me vissem desmoronar. Enquanto corria pra longe dali, só consegui escutar as vozes de Gabriele chamando meu nome. Corria mesmo com a visão embasada pela quantidade de lagrimas em meus olhos. Um grito de Gabi me trouxe de volta a realidade, e percebi que estava no meio da rua e quase fui atropelada.

Gabriele me puxou e me abraçou. E eu não consegui fazer nada além de desmoronar em seus braços.

Depois de alguns minutos, Gabi me levou para um hotel perto da faculdade, pois não queria ir para minha casa, onde eu encontraria a víbora da minha irmã que beijou meu namorado e não queria ir para casa de Gabi pois encontraria o idiota que beijou minha irmã. Apenas mandei uma mensagem para minha mãe pelo celular de Gabi, pois de alguma forma não conseguia encontrar meu celular. Uma hora depois, Ingrid entra no quarto do hotel e me abraça. Elas me ajudaram, me deram um colo pra chorar, compramos pizza e algumas bebidas e ficamos lá tentando esquecer a merda que tinha acontecido.

Desliguei meu celular pois não queria falar com ninguém naquele momento. Eu não queria passar uma noite de festa chorando por um vagabundo idiota que pegou a minha irmã, então passei a noite curtindo, dançando com as minhas amigas em um quarto de hotel.

Mas como estamos falando da minha vida, é obvio que eu não ia ter um minuto de felicidade. Por volta de umas 1:30, alguém bateu na porta do quarto e eu me levantei para abrir, mas fechei no mesmo momento que vi o rosto da pessoa, mas senti um forte empurrão na porta que me impedia de fechá-la.

-- Karen, por favor eu posso explicar! – Valério falava do outro lado da porta.

-- NÃO! VOCÊ É UM GRANDE CANALHA! UM FILHO DA PUTA!!! SEU DESGRAÇADO!! – gritei com raiva e por causa dos gritos Gabi e Ingrid vieram bem rápido para ver oque estava acontecendo.

Gabi me puxou e Ingrid empurrou o irmão pra fora do quarto. Gabi me abraça e me senta na cama e vai falar com o irmão. Alguns minutos depois Valério entra no quarto.

-- Calma Karen, eu só quero conversar com você, elas me deixaram tentar falar com você. – Ele falou calmo

-- Qual a parte que você não entendeu que EU NÃO QUERO FALAR COM VOCÊ! SAI DAQUI AGORA! – Falei sem paciência.

-- Você pode pelo menos deixar eu me explicar?

-- Fala – disse cruzando os braços e me levantando pronta pra que no momento que ele acabar de falar eu o empurrar pra fora.

-- Depois da sua mensagem, eu fui até o laboratório e fiquei esperando por voc... - Ele falava, mas eu o interrompi.

-- Que mensagem? Você que me mandou uma mensagem. – falei

-- Não, você me mandou uma mensagem falando pra mim te encontrar no laboratório e eu fiquei te esperando lá, até que apagaram a luz e abriram a porta. Eu pensava que era você! Mas a pessoa veio tentando me beijar. Eu tentava falar, mas você não falava nada, apenas tentava me beijar, assim que beijei ela percebeu que não era você. Foi quando você entrou e acendeu a luz. Eu juro que eu não estava entendendo nada. – Ele disse se explicando.

-- Você tá mentindo! Eu não te mandei nenhuma mensagem! – assim que parei de falar, ele puxou o celular do bolso e me mostrou a mensagem.

-- Eu não mandei isso pra você! Você que me mandou. – Tento procurar meu celular, mas esqueci que o tinha perdido.

-- Eu juro Karen, que isso não passou de um engano! Me perdoa! Eu não sabia que era a Esperança e nem como ela estaria lá. Eu juro! Não conseguia ver nada... – O mesmo ainda tentava se explicar e pedia o meu perdão.

-- Então ta na cara que quem armou isso foi a rapariga da sua irmã! – a voz me chama atenção, e percebo que era Ingrid estava no quarto com Gabi vendo a discussão.

-- EU NÃO ACREDITO QUE AQUELA PUTA FEZ ISSO! – falei com ódio, mas dessa vez era da Esperança.

-- Faz total sentido! Vamos ligar para o seu celular pra ver com quem está. – Gabi sugere pegando seu telefone e discando meu número.

Ela coloca na viva-voz e depois de algumas chamadas, Esperança atende meu telefone:

-- Alo? – Esperança atende.

-- SUA PUTA DESGRAÇADA – grito pegando o telefone da mão de Gabi.

Assim que ela escuta minha voz, desligou o telefone.

Eu calço meu sapato e pego as primeiras chaves de carro que encontro.

-- Aonde você vai? – Valério fala intrigado

-- Vou resolver as coisas com aquela megera. Eu resolvo isso com você depois—falo saindo do quarto e descendo as escadas.

-- ESPERA!! EU VOU COM VOCÊ!! Você está muito bêbada pra dirigir! – Ingrid vem atrás de mim.

-- EU TB VOU!! QUERO RESOLVER ISSO COM ESSA VADIA!! – Gabriele também vem atrás, claramente bêbada.

-- EI – Valério tenta falar, mas é imediatamente cortado por Gabi.

-- Não! Você resolve as coisas com o hotel e paga a conta!

Depois que Gabi entra no carro vamos em direçãoa minha casa. 

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⏰ Last updated: Dec 28, 2022 ⏰

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