Ficar deitado naquela grama estava me dando alergia, mas não iria me levantar dali a menos que ele venha se desculpar comigo por me fazer passar por isso de novo.
Meu pai toda vez que tem que viajar a trabalho ele leva a família inteira para "não sentir saudades", muito patético nossa, existe telefone e Internet, podemos muito bem falar com ele por meio virtuais, mas não, nós temos que ir com ele todas as vezes, todas as vezes passar pelas mesmas despedidas só que em cada canto com pessoas diferentes.
Estou cansado de mudanças e despedidas, embora despedidas sempre fossem meu forte, nunca tive alguém muito importante para me despedir, nunca tive amigos e muito menos uma namorada, então nunca foi difícil dizer adeus ou um até logo.
- Ei garoto levanta daí e deixa de ser criança alex, você já tem 15 anos, já está na hora de crescer não acha? - Ele me olha com um olhar de sarcasmos.
Meu pai finalmente veio me procurar, não aguentava mais aquela grama me pinicando.
- Filho... você sabe muito bem que eu não posso deixar sua mãe com você e sua irmã aqui enquanto estou fora, ainda mais sozinha! sei que é difícil ficar se mudando, mas você sempre lidou tão bem, lide desta vez também por favor, não faça esse drama todo! está parecendo uma criança. - Ele termina a frase com tom de deboche e mexendo em seus cabelos encaracolados e negros.
"Como criança" Que patético papai.
- Lido muito bem porque não tenho á quem me despedir, não tenho amigos e nem uma namorada, mas eu não tenho porque não quero ou porque sou inseguro ou algo do tipo, não tenho porque nunca da tenho tempo nem de ao menos tentar fazer amizades, você sempre faz a gente se mudar antes mesmo de eu conseguir tentar pai... estou tão cansado disso. - Minha voz fica trêmula e meu semblante fica visivelmente "tristonho".
Certas palavras fez meu pai ficar em choque, oque é compreensível pois nunca discutir com ele desta forma.
- Alex são a trabalho, sinto muito por não deixar você ter a vida de um adolescente normal, sinto muito mesmo, mas você precisa entender! Agora se levante daí e vá fazer suas malas, você vai, querendo ou não. - Ele fala com um tom de impoderamento sua face estava seria oque me fez recuar um pouco, como se fosse um cachorro com medo.
Me levanto com muita raiva, embora eu saiba que grande parte dela seja só charme! Olho nos profundamente nos olhos dele como forma de empoderamento mas fui tão falho, ele tem um olhar tão profundo que chegava a dar medo.
Meu pai conseguia ser bem temperamental as vezes, não sou homem suficiente para enfrentá-lo.
- Filho? - minha mãe entra no meu quarto e eu tenho a visão de uma senhorita de 38 anos mas que apresentava ter 20 anos, seus cabelos loiros estava em um coque frouxo com alguns fios em seus rosto. Ela me olha preocupada, aparentemente por causa da discussão anterior.
- Como você está se sentindo meu querido?
- Não sei, cansado eu acho.
- Eu sinto muito por fazer você passar por isso meu amor, não consigo nem imaginar como você está se sentindo, sei que é ainda mais difícil pra você do que pra todos nós.
- Não se preocupe mãe, uma hora eu me acostumo com tudo isso, nem você nem o papai tem culpa.
- Posso te contar uma coisa? mas vc tem que prometer não contar pro seu pai que eu te contei. - ela me olha como se fosse uma criança pedindo doce.
Não contar pro papai? misericórdia oque que essa mulher tá aprontando. ALGUÉM AVISA ESSA MULHER QUE EU SOU PÉSSIMO EM NÃO CONTAR AS COISAS!!!!!!!!!!
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three snowflakes
RomansaAlex é um adolescente autista de 16 anos que muda de cidade frequentemente por conta do trabalho de seu pai. Na cidade onde a história passará o garoto faz amigos pela primeira vez, e acaba se apaixonando por 2 desses amigos , clloe e jhonata. "jhon...